Violência contra pessoas com deficiência cresce no Brasil, aponta Atlas da Violência

Violência contra pessoas com deficiência cresce no Brasil, aponta Atlas da Violência

Pessoas com deficiência estão entre os grupos mais vulneráveis à violência no país, segundo o Atlas da Violência 2024, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2022, foram registrados 10 mil casos de violência contra essa população, que incluem agressões físicas, abusos psicológicos e negligência.

Os dados revelam um cenário alarmante: a taxa de violência contra pessoas com deficiência chega a 50 para cada 100 mil habitantes, muito acima da média nacional. Do total de casos, 60% foram de violência física, enquanto 30% envolveram negligência, principalmente em instituições de cuidado. Mulheres com deficiência são as mais afetadas, representando 55% das vítimas, muitas delas sofrendo violência dentro de casa.

A falta de acessibilidade e o isolamento social aumentam a vulnerabilidade. “Essas pessoas muitas vezes não conseguem denunciar ou escapar dos agressores”, afirma um dos autores do estudo. A região Sudeste, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, concentra os maiores índices, refletindo a maior presença dessa população nesses estados.

Outro ponto crítico é a violência em locais que deveriam ser seguros. Em 2022, 20% dos casos ocorreram em instituições como abrigos e clínicas, onde a falta de fiscalização abre espaço para abusos. “É uma questão silenciosa que exige ação imediata”, alerta uma especialista em direitos humanos.

Para reverter esse quadro, o relatório propõe mais investimentos em inclusão e acessibilidade, campanhas de conscientização e fiscalização rigorosa de instituições. Também sugere a criação de canais de denúncia adaptados às necessidades dessa população.

O Atlas da Violência 2024 reforça que garantir a segurança das pessoas com deficiência é um desafio urgente de direitos humanos no Brasil.

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