Fraudes de R$ 52 bilhões em fintechs e lavagem de dinheiro foram desmanteladas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou a megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), realizada nesta quinta-feira (28 de agosto de 2025), como exemplar por ter conseguido chegar ao “andar de cima” do crime organizado. A ação, uma força-tarefa envolvendo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o Ministério Público Federal (MPF) e as polícias Federal, Civil e Militar, cumpriu mandados em 10 estados contra uma rede ligada ao PCC que adulterava combustíveis e lavava dinheiro, com investigações por fraudes fiscais, ambientais e econômicas.
Haddad informou que R$ 52 bilhões de organizações criminosas transitaram por fintechs nos últimos quatro anos, destacando a importância da “desmonetização” para combater o crime. Ele anunciou que, a partir de sexta-feira (29), a Receita Federal enquadrará as fintechs como instituições financeiras, sujeitando-as às mesmas obrigações dos grandes bancos para aumentar o potencial de fiscalização. “Essa operação inaugura uma nova forma de trabalhar, com troca de informações entre órgãos do Estado”, afirmou o ministro, durante entrevista coletiva no Ministério da Justiça.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, complementou que o Brasil observa a migração do crime organizado da ilegalidade para a legalidade, um fenômeno mundial que se intensificou nos últimos anos. Ele ressaltou que para combater isso não basta uma operação isolada, mas uma atividade integrada de todos os órgãos governamentais, com os fazendários sendo imprescindíveis. “Os órgãos fazendários, como a Receita Federal, são essenciais nessa tarefa”, declarou.