O Brasil registrou uma queda de 10 posições no Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, divulgado nesta terça-feira (30). Com uma pontuação de 36 pontos, o país ficou na 104ª colocação entre os 180 avaliados, ficando atrás de nações como Argentina, Belarus, Etiópia e Zâmbia.
Essa foi a primeira vez em cinco anos que o Brasil registrou uma queda no índice. Os dados revelam uma preocupação com a capacidade do país em enfrentar a corrupção, especialmente após os anos do governo de Jair Bolsonaro, que, segundo a Transparência Internacional, enfraqueceu os marcos legais e institucionais anticorrupção construídos ao longo de décadas.
A entidade alerta que a reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção e do sistema de freios e contrapesos democráticos é desafiadora, especialmente com o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A capacidade do Brasil de combater a corrupção está em um equilíbrio frágil, que pode ser desconstruído em poucos anos.
No topo do ranking estão países como Dinamarca, Finlândia, Nova Zelândia e Noruega, enquanto na parte inferior estão nações como Sudão do Sul, Síria, Venezuela e Somália.

Em resposta às críticas, a Controladoria-Geral da União (CGU) destacou que trabalha diariamente para identificar e corrigir riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações do Estado. A CGU reconhece avanços no âmbito do controle social, da transparência e do acesso à informação, mas ressalta que os resultados do IPC devem ser vistos com cautela, devido às limitações metodológicas dos índices baseados em percepção.