Queda nos alimentos ajuda a conter alta, mas tarifas regionais pesam
A prévia da inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), alcançou 0,36% em julho de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 25 de julho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro. O resultado representa uma alta em relação aos 0,26% registrados em junho, impulsionado principalmente pelo aumento de 0,98% no grupo habitação, com destaque para a energia elétrica residencial, que subiu 3,01%. Apesar disso, a queda nos preços dos alimentos ajudou a mitigar o impacto geral.

O encarecimento da conta de luz foi influenciado pela manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, devido à operação de usinas termelétricas em razão da baixa nos reservatórios das hidrelétricas. Esse aumento desacelerou em relação a junho (3,29%), mas foi agravado por reajustes tarifários em cinco capitais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Esses ajustes regionais, refletidos no índice nacional, contribuíram para o maior impacto positivo do IPCA-15.
Por outro lado, o grupo alimentação e bebidas registrou queda de 0,06%, o segundo mês consecutivo de recuo, com destaques para a batata-inglesa (-10,48%), cebola (-9,08%) e arroz (-2,69%). Apesar disso, os alimentos acumulam alta de 7,36% em 12 meses, ainda sendo o grupo de maior variação. A previsão de uma safra recorde no Brasil tem sido um fator de alívio. No setor de transportes, a alta de 0,67% foi puxada pelas passagens aéreas (19,86%) e serviços de aplicativos (14,55%), embora os combustíveis, como gasolina (-0,50%) e diesel (-1,09%), tenham oferecido um leve alívio.

Com o resultado, o IPCA-15 acumula 5,3% nos últimos 12 meses, superando a meta do governo, que permite até 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual. A coleta de preços para esta prévia ocorreu entre 14 de junho e 15 de julho, abrangendo 11 cidades, incluindo as regiões metropolitanas do Rio, São Paulo e Salvador. O IPCA cheio de julho será divulgado em 12 de agosto. Analistas apontam que, apesar da pressão das tarifas, a tendência de queda nos alimentos pode trazer um respiro nos próximos meses.