Trump mobiliza Guarda Nacional em Los Angeles após segundo dia de protestos; Governador da Califórnia condena 'escalada militar' -

Trump mobiliza Guarda Nacional em Los Angeles após segundo dia de protestos; Governador da Califórnia condena ‘escalada militar’

Decisão de enviar tropas para a cidade californiana acirra o confronto entre a Casa Branca e o governo estadual, em meio a manifestações intensas contra uma nova política federal de imigração.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a mobilização da Guarda Nacional em Los Angeles na noite de sábado, 7 de junho, após um segundo dia consecutivo de protestos em massa que resultaram em confrontos e danos à propriedade. A decisão, que coloca tropas nas ruas de uma das maiores cidades do país, foi imediatamente condenada pelo governador da Califórnia e pela prefeita de Los Angeles, escalando a tensão entre o governo federal e as autoridades estaduais.

As manifestações tiveram início na sexta-feira (6), em reação a uma nova e rigorosa política de imigração assinada por Trump, que acelera processos de deportação e restringe o acesso a pedidos de asilo. Milhares de pessoas foram às ruas em protestos majoritariamente pacíficos, mas a situação se tornou mais tensa no sábado, com relatos de confrontos entre manifestantes e a polícia de Los Angeles (LAPD), além de atos de vandalismo em prédios comerciais e federais no centro da cidade.

Em um comunicado emitido na madrugada deste domingo (8), a Casa Branca justificou a mobilização das tropas como uma medida essencial para “restaurar a lei e a ordem diante da falha das autoridades locais e estaduais em proteger seus cidadãos e a propriedade”. Trump, em postagem em sua rede social, criticou o governador Gavin Newsom e a prefeita Karen Bass, ambos democratas, acusando-os de serem “fracos” e “coniventes com a anarquia”.

Confronto entre Estado e Federação

A resposta do governo da Califórnia foi imediata e contundente. O governador Gavin Newsom classificou a decisão de Trump como uma “perigosa e desnecessária escalada militar” e uma “afronta à soberania do estado”. “A Guarda Nacional da Califórnia responde ao governador, a menos que seja federalizada pelo presidente. Esta ação é uma manobra política cínica que visa intimidar cidadãos que exercem seu direito de protesto. As forças de segurança locais e estaduais são plenamente capazes de lidar com a situação”, declarou Newsom em nota.

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, ecoou as críticas do governador. “A presença de tropas federais em nossas ruas é indesejada e provocativa. Não solicitamos essa intervenção, e ela apenas servirá para inflamar uma situação já tensa”, afirmou.

As primeiras unidades da Guarda Nacional começaram a chegar ao centro de Los Angeles e a se posicionar em locais estratégicos, como em frente a edifícios federais, na manhã deste domingo. A mobilização de tropas federais dentro de um estado sem o consentimento do governador é uma medida legalmente complexa e raramente utilizada, geralmente sob a autoridade de leis como o “Insurrection Act”, e sinaliza um aprofundamento da crise política e da polarização nos Estados Unidos. O mundo agora observa como se desenrolará este impasse em Los Angeles nas próximas horas.

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