Servidores do INSS receberam propina milionária de associações, aponta PF

Operação Sem Desconto revela esquema de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, em 23 de abril de 2025, a Operação Sem Desconto, que expôs um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) envolvendo propinas milionárias pagas a servidores por associações. A investigação, iniciada em 2023, revelou que 11 entidades associativas realizaram descontos indevidos de até R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024, sem autorização dos beneficiários. Segundo a PF, servidores do INSS forneciam dados cadastrais de aposentados em troca de pagamentos, permitindo que associações como a Ambec e o Sindnapi/FS cobrassem mensalidades de forma ilícita.

A operação resultou no afastamento de seis servidores, incluindo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi demitido, e na prisão de cinco pessoas ligadas a entidades de Sergipe. Foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal, com apreensão de carros de luxo, joias e dinheiro vivo. Um lobista conhecido como “careca do INSS”, Antonio Carlos Camilo Antunes, teria recebido R$ 12 milhões para facilitar o acesso aos dados. A CGU apontou que 97% dos aposentados entrevistados desconheciam os descontos, e 72% das associações não apresentaram documentação para justificar os acordos com o INSS.

O Ministério da Previdência anunciou que os descontos foram suspensos, e a devolução dos valores começará em maio de 2025. A PF orienta que vítimas consultem o extrato no Meu INSS ou pela Central 135 para bloquear cobranças indevidas.

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