A arrecadação do governo federal atingiu a marca de R$ 1,35 trilhão no primeiro semestre de 2025, o maior valor para o período na série histórica iniciada em 1995, em valores corrigidos pela inflação. O resultado, divulgado nesta sexta-feira, 25 de julho, pela Receita Federal, representa um crescimento real (descontada a inflação) de 8,5% em comparação com os primeiros seis meses de 2024.

Os motores da arrecadação recorde
Segundo a Receita Federal, o desempenho histórico foi influenciado por uma combinação de fatores. Entre os principais, estão as medidas de aumento de receita implementadas pelo Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, que visam recompor a base fiscal do país. Os destaques foram:
- Reoneração dos Combustíveis: A retomada da cobrança integral de PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol, revertendo a desoneração concedida no governo anterior.
- Taxação de Fundos Exclusivos e Offshore: A nova legislação que passou a tributar os rendimentos de fundos de investimento fechados e de capital aplicado no exterior, conhecidos como os investimentos dos “super-ricos”. Apenas essa medida foi responsável por uma arrecadação extra significativa no período.
- Regulamentação das Apostas Esportivas: A nova taxação sobre as empresas de apostas online (“bets”) também começou a gerar receita para os cofres públicos.
Cenário macroeconômico
Além das novas fontes de receita, a Receita Federal apontou que o resultado também reflete um desempenho da atividade econômica ligeiramente melhor do que o esperado no início do ano. O crescimento da massa salarial, com o mercado de trabalho aquecido, e o desempenho positivo de alguns setores da indústria e de serviços levaram a um aumento na arrecadação de tributos como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Impacto nas contas públicas
O resultado recorde da arrecadação no primeiro semestre dá um fôlego para a equipe econômica na busca pelo cumprimento da meta fiscal de 2025, que prevê um déficit de até R$ 26,3 bilhões (dentro da margem de tolerância). Fontes do Ministério da Fazenda comemoraram os números, afirmando que eles “demonstram que a estratégia de recomposição da base fiscal está funcionando” e que o governo está no caminho certo para equilibrar as contas públicas.