Prisão preventiva ocorreu no âmbito da ‘Operação Hóspede’, que apura desvio de recursos e lavagem de dinheiro em contratos firmados durante sua gestão na pasta e na Embratur. Defesa classifica a prisão como ‘desnecessária’.
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta sexta-feira, 13 de junho, o ex-ministro do Turismo do governo de Jair Bolsonaro, Gilson Machado Neto. A prisão preventiva foi efetuada em sua residência em Recife, Pernambuco, no âmbito de uma nova fase da “Operação Hóspede”, que investiga um suposto esquema de corrupção.
De acordo com as informações divulgadas pela PF e reportadas pelo Correio Braziliense, a investigação apura crimes de desvio de recursos públicos, corrupção passiva e lavagem de dinheiro relacionados a contratos para a realização de grandes eventos turísticos e de promoção da imagem do Brasil no exterior. As suspeitas se concentram no período em que Gilson Machado esteve à frente do Ministério do Turismo (2020-2022) e, anteriormente, da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
A ordem de prisão e os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal do Distrito Federal. Segundo os investigadores, há indícios de um esquema de superfaturamento e direcionamento em licitações para beneficiar um grupo específico de empresas, com o possível pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. Além da prisão de Machado, os agentes federais cumprem outros mandados em Brasília e São Paulo, em endereços de empresários e outros ex-servidores supostamente envolvidos.
Defesa e contexto político
A defesa de Gilson Machado Neto se manifestou em nota, classificando a prisão preventiva como “desnecessária e desproporcional”. Os advogados argumentam que o ex-ministro sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e que não há fundamentos que justifiquem uma medida tão drástica, uma vez que ele não representa risco à investigação. A defesa informou que irá entrar com um pedido de habeas corpus para reverter a decisão.
Gilson Machado foi uma figura proeminente no governo de Jair Bolsonaro, conhecido por sua defesa enfática das políticas do ex-presidente e por seu estilo combativo nas redes sociais. Após deixar o governo, manteve-se ativo na política como uma importante liderança do PL em Pernambuco.
A prisão do ex-ministro representa mais um desdobramento de investigações que miram membros da antiga gestão federal e adiciona um novo elemento de tensão ao já conturbado cenário político nacional. Gilson Machado será transferido para Brasília, onde ficará à disposição da Justiça Federal.
