EUA e Irã mantêm contato por 'backchannel' enquanto Trump avalia envolvimento no conflito, diz CNN -

EUA e Irã mantêm contato por ‘backchannel’ enquanto Trump avalia envolvimento no conflito, diz CNN

Comunicação indireta, via intermediários como a Suíça, busca evitar uma guerra regional total. Presidente americano estaria pressionado entre o instinto de não intervenção e o apoio a Israel.

Enquanto o mundo observa com apreensão a troca de ataques militares entre Israel e Irã, uma delicada negociação ocorre nos bastidores. Os governos dos Estados Unidos e do Irã estão mantendo uma linha de comunicação indireta, através de um “backchannel”, na tentativa de evitar que a crise saia do controle e se transforme em uma guerra regional de consequências imprevisíveis. A informação foi divulgada pela CNN Brasil, com base em fontes da administração americana.

Este canal secreto de diálogo, que estaria sendo facilitado por intermediários como o governo da Suíça (que historicamente representa os interesses diplomáticos dos EUA em Teerã), serve para que ambas as nações troquem mensagens e alertas diretos, buscando evitar erros de interpretação que poderiam levar a uma escalada fatal.

Segundo as fontes, a mensagem principal dos Estados Unidos para o Irã é um aviso claro para que não realizem novas ondas de ataques em larga escala contra Israel. O governo americano estaria ressaltando que sua participação no conflito até o momento tem sido estritamente defensiva, ajudando a interceptar mísseis e drones, mas que uma nova agressão iraniana poderia mudar esse cenário.

Do outro lado, o Irã estaria utilizando o canal para reiterar que sua retaliação é uma resposta à agressão israelense e que não busca um confronto direto com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que tenta medir qual seria a “linha vermelha” que provocaria uma intervenção ofensiva americana.

O dilema de Trump

Enquanto a diplomacia de bastidores opera, o presidente Donald Trump avalia os próximos passos. Ele enfrenta um dilema complexo: de um lado, sofre forte pressão de seu principal aliado, Israel, e da ala mais “hawkish” do Partido Republicano para demonstrar um apoio mais contundente e até participar de ações ofensivas para “neutralizar a ameaça iraniana”.

Do outro lado, a intervenção em uma nova guerra no Oriente Médio contraria seu conhecido instinto político “America First”, que prega o não envolvimento em conflitos externos custosos e de longa duração. Fontes da Casa Branca indicam que o presidente estaria frustrado com as ações israelenses que levaram à escalada, mas entende a necessidade de apoiar a defesa do aliado.

A decisão de Trump sobre o nível de envolvimento americano – se continuará apenas defensivo ou se passará a apoiar ativamente uma ofensiva israelense – é o fator mais crítico para o futuro do conflito. Por ora, a existência do canal de comunicação secreto entre Washington e Teerã é vista como a principal ferramenta para tentar conter a crise.

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