Depoimento de Mauro Cid reforça investigação sobre golpe em 2022
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, declarou nesta segunda-feira, 9 de junho de 2025, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a principal preocupação do ex-presidente era encontrar fraudes nas urnas eletrônicas. O depoimento, o primeiro após acordo de delação premiada com a Polícia Federal, integra a investigação sobre o “núcleo crucial” da tentativa de golpe após as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.

Cid afirmou que Bolsonaro insistia nessa busca desde a campanha eleitoral, pressionando o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para alterar um relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas. O documento original, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em novembro de 2022, não apontou irregularidades, mas, sob pressão, foi ajustado para incluir uma menção vaga a possíveis falhas, sem provas concretas, conforme o G1.
O ex-ajudante revelou que Bolsonaro queria um texto “mais político” para sustentar suas alegações contra o sistema eleitoral. Apesar disso, o TSE reafirmou a integridade das urnas, encerrando as especulações. Cid, que trabalhou diretamente com Bolsonaro até 2022, também detalhou reuniões em que o ex-presidente discutiu estratégias para questionar o resultado das eleições.
