Os Correios, a empresa estatal de correios do Brasil, atribuíram parte do seu déficit fiscal de R$ 2,13 bilhões em 2024 à chamada “taxação das blusinhas”. Esta medida, oficialmente conhecida como “Remessa Conforme”, foi implementada para taxar compras internacionais de até US$ 50, que antes eram isentas de Imposto de Importação (II).
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, afirmou que a taxação dessas pequenas compras impactou significativamente a receita da empresa, já que reduziu consideravelmente o volume de importações, especialmente de produtos de vestuário de baixo valor, como blusas. De acordo com ele, o impacto financeiro foi de R$ 2,2 bilhões, número que foi divulgado juntamente com o balanço da empresa.
Esta “taxa da blusinha” foi criticada por afetar especialmente consumidores que faziam compras em sites internacionais como AliExpress, Shein, e Shopee, levando muitos a desistirem das importações devido ao aumento de custos. A consequência direta foi uma queda na receita dos Correios, que dependem significativamente das encomendas internacionais para seu faturamento.
No entanto, especialistas e publicações, como as encontradas em vários portais de notícias e em postagens no X, apontam que a situação financeira dos Correios é complexa, com o déficit sendo resultado de vários fatores, incluindo a tentativa de privatização pela gestão anterior, precatórios de gestões passadas, e uma política de gastos que não acompanhou a redução de receita.
O governo federal, através do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, reconhece o desafio, mas nega que haja um “rombo” nos cofres públicos, uma vez que os Correios operam com recursos próprios e não dependem de aportes do Tesouro Nacional. A estratégia de recuperação inclui a tentativa de diversificar receitas, cortar gastos, e reinvestir em novas áreas de mercado.
