O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu pessoalmente com representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) na quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025, em Brasília, para discutir suas preocupações e fazer denúncias contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A comitiva, liderada pelo advogado colombiano Pedro Vaca Villarreal, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), parte da OEA, buscou ouvir diferentes perspectivas sobre Moraes, incluindo críticos e o próprio ministro.
Durante o encontro, que durou cerca de 50 minutos, Bolsonaro expressou sua convicção de que Moraes estaria ajustando depoimentos, realizando pesca probatória, prendendo suspeitos sem denúncias formalizadas, e promovendo perseguição política contra opositores do governo atual por meio de inquéritos no STF. Ele saiu da reunião confiante, mencionando que Pedro Vaca Villarreal demonstrou interesse em seu relato e assegurou que faria um relatório sincero sobre a situação no Brasil.
Bolsonaro argumentou que há uma perseguição política específica contra ele e seus aliados, visando desestabilizar a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião com a OEA é vista como parte de uma estratégia maior de Bolsonaro para internacionalizar suas críticas ao Judiciário brasileiro, especialmente contra Moraes, que é alvo frequente de ataques por parte dos apoiadores do ex-presidente.
A OEA, financiada em grande parte pelos Estados Unidos, atualmente sob a liderança de Donald Trump, que mantém uma relação próxima com Bolsonaro, tem o potencial de influenciar a percepção internacional sobre a situação política no Brasil. A presença de figuras como Elon Musk e Jason Miller, ambos desafetos de Moraes e próximos a Trump, no governo americano, pode adicionar uma camada adicional de atenção ao relatório que a OEA irá elaborar.