O governo de Nicolás Maduro anunciou a suspensão das atividades do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas, dando um ultimato de 72 horas para os 13 funcionários deixarem o país. O chanceler venezuelano, Yvan Gil, justificou a decisão alegando que o órgão “instrumentalizou” seu trabalho contra o Executivo e se tornou “o escritório privado de advocacia do grupo de golpistas e terroristas que conspiram constantemente contra o país”. Além disso, o governo indicou uma revisão dos termos de cooperação nos próximos 30 dias, mantendo a decisão até que o escritório retifique publicamente sua atitude considerada colonialista, abusiva e violadora da Carta das Nações Unidas.
A decisão ocorreu um dia depois do relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, Michael Fakhri, acusar o governo venezuelano de violar o direito à alimentação do povo venezuelano através de sanções econômicas. Fakhri apresentou um relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, onde afirmou que as sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia são “devastadoras” e “ilegais”.
A suspensão das atividades do Alto Comissariado para os Direitos Humanos na Venezuela é um acontecimento significativo que provavelmente terá implicações profundas para a situação dos direitos humanos no país. A comunidade internacional, incluindo a ONU, está acompanhando de perto a situação e aguarda a retificação do escritório. Esta medida ressalta as tensões e divergências entre o governo Maduro e órgãos internacionais de direitos humanos, representando um desafio adicional para a promoção e proteção dos direitos fundamentais na Venezuela.