O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, nesta quarta-feira (29), aumentar a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do comitê e reflete o esforço contínuo para controlar a inflação.
O aumento da taxa de juros foi influenciado principalmente pela recente alta do dólar e pelas incertezas em torno da inflação global. O Copom justificou a decisão citando o cenário econômico desafiador, tanto no Brasil quanto no exterior, que exige uma política monetária mais contracionista para ancorar as expectativas inflacionárias.
Esta é a quarta alta consecutiva da Selic, que agora está no maior nível desde setembro de 2023, quando também estava em 13,25% ao ano. A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com juros mais altos, o crédito fica mais caro, desestimulando a produção e o consumo, o que, em teoria, ajuda a reduzir a pressão sobre os preços.
Na reunião anterior, o Copom já havia sinalizado a intenção de continuar com o ciclo de aperto monetário. O comunicado desta quarta-feira reforça que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta ao longo do horizonte relevante, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O mercado financeiro já esperava uma elevação nesse patamar, mas a decisão impacta diretamente o custo do crédito para empresas e consumidores. A elevação dos juros pode desacelerar a economia, mas é vista como necessária para combater a inflação persistente. O Copom também ajustou para cima suas projeções de inflação para 2025 e manteve as de 2026, refletindo a preocupação com a inflação de serviços e a resiliência da atividade econômica.