Nesta sexta-feira, dia 7 de fevereiro, um novo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos chegará ao solo brasileiro, desta vez com um esquema de recepção modificado. O avião partirá de Alexandria, no estado da Luisiana, e fará uma escala técnica em Porto Rico antes de pousar em Fortaleza, no Ceará.
Este é o segundo voo com deportados desde que Donald Trump assumiu seu segundo mandato, e as autoridades brasileiras tomaram medidas para que a chegada dos repatriados ocorra de maneira mais humana e organizada. A previsão é que 135 brasileiros estejam a bordo, com 80% deles oriundos de Minas Gerais.
O governo federal, em resposta às críticas e incidentes do primeiro voo, planejou um trajeto que reduz o tempo de viagem, visando minimizar o desconforto dos deportados que, no passado, relataram ser algemados durante o trajeto. Desta vez, a Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizará, em caráter excepcional, uma aeronave para transportar aqueles que desejarem seguir até Confins, em Belo Horizonte.
A recepção será coordenada por uma série de entidades. A Polícia Federal estará presente para os procedimentos migratórios e de segurança no aeroporto. O Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) receberá os brasileiros repatriados, oferecendo apoio imediato. Além disso, será montado um esquema de acolhimento em Fortaleza e Belo Horizonte, onde o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, junto com outras organizações, disponibilizará assistência psicológica, orientações sobre serviços públicos e acesso a comunicação para que os deportados possam contatar suas famílias.
A decisão de pousar em Fortaleza e depois seguir para Belo Horizonte com um avião da FAB foi uma resposta direta às queixas sobre o tratamento dado aos deportados no primeiro voo, onde os brasileiros chegaram algemados. O governo brasileiro, sob a direção do presidente Lula, enfatizou a importância do acolhimento digno, garantindo que os repatriados não seriam transportados algemados em território nacional.
Este novo esquema de recepção reflete uma preocupação com os direitos humanos e o bem-estar dos brasileiros que retornam, muitos dos quais enfrentaram situações difíceis nos Estados Unidos antes de sua deportação. O Ministério das Relações Exteriores também destacou a importância de um diplomata brasileiro acompanhar o embarque dos deportados nos EUA para garantir um tratamento adequado desde o início do processo.
As mudanças no procedimento de recepção dos deportados são vistas como um passo importante para reduzir o impacto negativo da deportação sobre os indivíduos e suas famílias, ao mesmo tempo em que se busca manter a dignidade dos repatriados.