Na manhã de quinta-feira (17), a advogada Andressa Cunha Rocha foi presa em Feira de Santana durante a segunda fase da Operação Skywalker, deflagrada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e pela Polícia Civil. Ela é acusada de atuar como operadora financeira do Comando Vermelho (CV) na Bahia, facilitando a lavagem de dinheiro e a estruturação de empresas de fachada para a facção criminosa.

Andressa é advogada de Heverson Almeida Torres, conhecido como ‘Mil Grau’ ou ‘MG’, apontado como líder do CV em Feira de Santana. Durante o período em que representou Heverson, Andressa teria repassado mais de R$ 1,2 milhão para Kalline de Oliveira, esposa de Heverson, e para contas ligadas a ele. Essas movimentações financeiras são vistas como parte de um esquema de lavagem de capitais e financiamento das operações criminosas do CV na região.
A juíza Sebastiana Costa Bomfim e Silva, ao expedir mandado de busca e apreensão contra Andressa em abril deste ano, afirmou que as ações da advogada sugerem que ela atuava como “operadora financeira do grupo criminoso”, auxiliando na ocultação de recursos ilícitos sob a aparência de transações legítimas ou honorários advocatícios.
Andressa já cumpria prisão domiciliar desde abril, após ser alvo da primeira fase da Operação Skywalker. Ela foi novamente detida em sua residência na quinta-feira (17). O cadastro dela na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) permanece ativo no Cadastro Nacional dos Advogados (CNA).

por Divulgação / PC-BA
A Operação Skywalker investiga uma organização criminosa com atuação em Feira de Santana, inicialmente identificada por meio de atividades ilícitas de um policial militar da reserva, Nilton Silva Brito, que comercializava armas de uso restrito para membros do Comando Vermelho. As investigações revelaram uma rede de envolvidos, incluindo advogados, responsáveis por facilitar operações financeiras e logísticas para a facção criminosa.
A prisão de Andressa Cunha Rocha destaca o envolvimento de profissionais da área jurídica em atividades criminosas, evidenciando a complexidade das operações do Comando Vermelho e a necessidade de vigilância contínua sobre possíveis conexões entre facções criminosas e setores legais.