Por pressão do Centrão, Lula opta por trocar Nísia Trindade por Padilha na Saúde -

Por pressão do Centrão, Lula opta por trocar Nísia Trindade por Padilha na Saúde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de substituir a ministra da Saúde, Nísia Trindade, pelo atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após intensas pressões do Centrão, bloco de partidos que compõe parte da base aliada no Congresso. A troca, que deve ser oficializada nos próximos dias, ocorre no contexto de uma reforma ministerial que visa ajustar a articulação política do governo e atender a demandas de parlamentares por maior influência na pasta da Saúde, uma das mais cobiçadas da Esplanada dos Ministérios devido ao seu robusto orçamento.

Por pressão do Centrão, Lula opta por trocar Nísia Trindade por Padilha na Saúde


Nísia Trindade, ex-presidente da Fiocruz e reconhecida por sua atuação durante a pandemia, enfrentou críticas recorrentes de deputados e senadores do Centrão, que reclamavam da falta de agilidade na liberação de emendas parlamentares e da ausência de uma marca forte em sua gestão. A pasta, que gere cerca de R$ 210 bilhões anuais, tornou-se alvo de disputa por seu potencial de capilaridade política e distribuição de recursos, especialmente em ano pré-eleitoral.


Alexandre Padilha, médico e ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, emerge como um nome estratégico para o cargo. Ele já comandou a pasta entre 2011 e 2014, período em que implantou o programa Mais Médicos, e traz experiência tanto na área técnica quanto na articulação política, um atributo valorizado diante das negociações com o Congresso. Sua indicação também reflete a intenção de Lula de manter a Saúde sob controle do PT, evitando ceder a pasta diretamente a um nome do Centrão.


A decisão não veio sem resistência. Lula chegou a demonstrar hesitação em abrir mão de Nísia, que entrou no governo com um perfil técnico elogiado, mas o crescente desgaste com parlamentares e a necessidade de fortalecer a base aliada pesaram mais. A troca deve desencadear um efeito dominó na Esplanada, com a Secretaria de Relações Institucionais, hoje ocupada por Padilha, sendo disputada por nomes como o senador Jaques Wagner (PT-BA) ou mesmo um indicado do Centrão, como Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

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