Petróleo salta mais de 4% e barril ultrapassa US$ 90 após ataques de Israel ao Irã -

Petróleo salta mais de 4% e barril ultrapassa US$ 90 após ataques de Israel ao Irã

Mercados globais reagem com forte alta ao risco de um conflito em larga escala no Oriente Médio, que poderia afetar a oferta de um dos maiores produtores do mundo. Tensão no Estreito de Ormuz é a principal preocupação dos investidores.

O preço do petróleo disparou nos mercados internacionais nesta sexta-feira, 13 de junho, em uma reação direta e imediata à notícia dos ataques militares de Israel contra instalações do programa nuclear do Irã, ocorridos durante a madrugada. A escalada do conflito no Oriente Médio acendeu o alerta máximo entre os investidores sobre o risco de uma interrupção no fornecimento global, impulsionando as cotações.

Por volta das 10h (horário de Brasília), o barril do petróleo tipo Brent, que é a principal referência para o mercado global e para a Petrobras, registrava uma alta de 4,1%, sendo negociado acima de US$ 90,50, o maior patamar em seis meses. Da mesma forma, o petróleo tipo WTI, referência no mercado norte-americano, subia 4,3%, cotado a cerca de US$ 86,30 por barril.

Temor de interrupção na oferta

A alta abrupta é o que os analistas de mercado chamam de “prêmio de risco geopolítico”. A principal preocupação não é apenas com a produção do Irã, que é um dos maiores produtores mundiais e membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), mas com a possibilidade de um conflito mais amplo que afete as principais rotas de transporte da região.

O foco da tensão está no Estreito de Ormuz, uma passagem marítima estreita por onde transita cerca de um quinto de todo o petróleo consumido no mundo. Um eventual bloqueio do estreito pelo Irã, como parte de uma retaliação, poderia causar um choque de oferta e uma crise energética global.

“O mercado está precificando o risco de uma resposta iraniana e a possibilidade real de um conflito que interrompa o fluxo no Estreito de Ormuz. A incerteza sobre a estabilidade da oferta de petróleo no Oriente Médio voltou com força total”, explicou um analista de uma corretora internacional ao G1.

Impacto no Brasil

Para o Brasil, a consequência mais direta da alta do petróleo no mercado internacional é a pressão sobre os preços dos combustíveis. A Petrobras, embora tenha alterado sua política de preços no ano passado para não seguir estritamente a paridade de importação (PPI), ainda utiliza a cotação do Brent e a taxa de câmbio como principais referências para seus reajustes.

Se os preços internacionais se mantiverem em patamares elevados nos próximos dias, a tendência é que haja um aumento nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias brasileiras, o que, consequentemente, chegaria às bombas para o consumidor final. A equipe econômica do governo monitora a situação de perto, devido ao impacto que uma alta nos combustíveis pode ter na inflação geral do país.

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