Levantamento divulgado nesta terça-feira (17) mostra melhora na percepção da gestão, mas o desempenho pessoal do presidente continua com alta rejeição. Em cenário para 2026, Jair Bolsonaro aparece numericamente à frente, em empate técnico com Lula.

A 164ª rodada da Pesquisa CNT de Opinião, realizada pelo Instituto MDA e divulgada nesta terça-feira, 17 de junho, trouxe um cenário misto para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora a avaliação negativa da gestão tenha apresentado uma queda significativa, a desaprovação pessoal do presidente continua em patamar elevado. Na disputa para 2026, a polarização se mantém, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) numericamente à frente de Lula, configurando um empate técnico.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas presencialmente em todo o Brasil entre os dias 11 e 15 de junho de 2025. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

Avaliação do Governo e desempenho pessoal

No quesito de avaliação do governo, houve uma melhora para a administração petista em comparação com o último levantamento, de fevereiro de 2025:

• Ótimo/Bom: Manteve-se praticamente estável, com 28,6% (era 28,7% em fevereiro).
• Regular: Oscilou para 29,6% (era 26,3%).
• Ruim/Péssimo: Registrou uma queda, passando de 44% para 40,4%.
• Não sabe/Não respondeu: 1,4%.

Apesar da queda na percepção negativa da gestão, a avaliação do desempenho pessoal de Lula mostra um cenário mais desafiador. A desaprovação ao trabalho do presidente recuou de 55,3% em fevereiro para 52,9% em junho. Já a aprovação oscilou de 40,5% para 40,7%. Os que não souberam avaliar somam 6,4%.

Essa diferença entre a avaliação do “governo” e a do “presidente” sugere que parte do eleitorado consegue separar a gestão e suas políticas da figura de Lula, que ainda enfrenta alta resistência pessoal.

Cenários para a Eleição Presidencial de 2026

A pesquisa testou diversos cenários para a eleição presidencial de 2026, evidenciando uma disputa acirrada e altamente polarizada.

No principal cenário estimulado de primeiro turno, Jair Bolsonaro aparece numericamente à frente, mas em empate técnico com Lula, dentro da margem de erro:

• Jair Bolsonaro (PL): 31,7%
• Lula (PT): 31,1%
• Ciro Gomes (PDT): 10,2%
• Ratinho Jr. (PSD): 4,8%
• Romeu Zema (Novo): 3,4%
• Ronaldo Caiado (União): 3,3%
• Branco/Nulo: 10,5%
• Indeciso: 5,0%

A pesquisa também simulou um cenário sem Jair Bolsonaro, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como seu principal herdeiro político. Neste caso, Lula lidera com mais folga:

• Lula (PT): 30,5%
• Tarcísio de Freitas (Republicanos): 18,3%
• Ciro Gomes (PDT): 14,6%

Em simulações de segundo turno, o empate técnico persiste. Contra Jair Bolsonaro, Lula aparece com 41,4% contra 43,9% de Bolsonaro. Já em um confronto com Tarcísio de Freitas, Lula tem 40,4% contra 41,1% do governador paulista. Ambos os resultados estão dentro da margem de erro.

Percepção sobre Impostos e o Caso INSS

A pesquisa também mediu a opinião dos brasileiros sobre temas atuais. A maioria esmagadora (81,7%) considera que paga mais impostos do que seria justo. Para 59,3%, a melhor forma de melhorar as contas públicas é “cortando privilégios e benefícios de autoridades”.

Sobre o escândalo dos descontos indevidos no INSS, 81,3% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento do caso. Na divisão da culpa, 25,5% responsabilizam “todos os envolvidos” (governos Lula e Bolsonaro, e sindicatos), enquanto 23,6% apontam diretamente para “servidores públicos e gestores do INSS”.