O Panamá anunciou na quinta-feira (6 de fevereiro de 2025) sua decisão de sair da iniciativa chinesa Nova Rota da Seda, um projeto econômico que visa financiar obras de infraestrutura em diversos países ao redor do mundo para aumentar a influência global da China. A decisão vem após uma forte pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem buscado reduzir a presença chinesa no continente americano, especialmente no Canal do Panamá.

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, confirmou que a embaixada do Panamá em Pequim já havia apresentado o documento necessário para anunciar o cancelamento do acordo com 90 dias de antecedência, conforme estipulado pelo acordo. Esta medida foi tomada dias após a visita do Secretário de Estado americano, Marco Rubio, ao país, onde ele expressou preocupações sobre a crescente influência chinesa na região.
O Canal do Panamá, uma via estratégica para o comércio internacional, tem sido um ponto focal de tensões entre os EUA e a China. Trump não escondeu seu desejo de “retomar” o controle do canal, chegando a mencionar a possibilidade de intervenção militar caso a situação com a China escalasse. A saída do Panamá da Nova Rota da Seda é vista como uma concessão aos interesses americanos e um esforço para preservar relações bilaterais com os Estados Unidos, que veem a presença chinesa no canal como uma ameaça à segurança nacional.
Fontes web indicam que a decisão do Panamá representa um revés para os planos chineses de expansão na América Latina, onde a Nova Rota da Seda já contava com a adesão de 21 países. A medida pode encorajar outros países a reconsiderarem sua participação no megaprojeto chinês, especialmente aqueles sob pressão dos EUA para se alinharem com Washington em questões geopolíticas.
Posts no X (antigo Twitter) refletem uma recepção variada à notícia, com alguns elogiando a decisão do Panamá como uma defesa da soberania nacional e outros criticando-a como uma submissão aos interesses americanos, potencialmente prejudicando o desenvolvimento econômico do país.
A retirada do Panamá levanta questões sobre o futuro da influência chinesa na América Latina e como a diplomacia agressiva de Trump pode moldar as relações internacionais na região. A decisão também sublinha a importância estratégica do Canal do Panamá no cenário global, onde poderes mundiais competem por influência.