Ex-ministro foi afastado após fraudes de R$ 6,3 bilhões no INSS

O núcleo político do ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi (PDT) classificou como “covardia” a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de demiti-lo do cargo em 25 de abril de 2025, após a Operação Sem Desconto revelar fraudes de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos de aposentadorias. A reação foi manifestada por aliados de Lupi, que preside o PDT, em reunião com parlamentares do partido no início de maio, segundo fontes próximas.
Lupi foi substituído por Wolney Queiroz (PDT-PE), aliado próximo, para evitar tensões com o PDT, que tem 17 deputados e mantém apoio ao governo. A demissão ocorreu após a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) apontarem falhas na gestão do INSS, incluindo a atuação de 11 entidades que usavam documentos falsificados para descontos irregulares. O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, também foi afastado.
Aliados de Lupi argumentam que ele não foi informado previamente da decisão e que a responsabilidade pelas fraudes recai sobre gestões anteriores, iniciadas em 2019. O PDT considera que Lula cedeu à pressão da oposição, que protocolou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com 259 assinaturas em 12 de maio para investigar o caso.
O governo anunciou a devolução de R$ 292 milhões aos beneficiários lesados, com início na folha de maio. Em Feira de Santana, onde uma aposentada denunciou o esquema, a saída de Lupi é vista como um passo para restaurar a confiança no INSS, mas moradores cobram agilidade no ressarcimento.