Depoimento aponta omissão do ex-presidente em ação no STF
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, declarou nesta segunda-feira, 9 de junho de 2025, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente se recusou a agir para desmobilizar acampamentos golpistas montados após as eleições de 2022. Durante interrogatório na ação penal que investiga uma tentativa de golpe, Cid afirmou que Bolsonaro usava a frase “não fui eu que chamei, não sou eu que vou mandar embora” para justificar sua omissão.

O depoimento, o primeiro de uma série após acordo de delação premiada com a Polícia Federal, ocorreu na Primeira Turma do STF. Cid relatou que Bolsonaro não incentivou formalmente os manifestantes, mas também não tomou medidas para encerrar os protestos, que foram considerados parte do contexto dos atos de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita em resposta a perguntas sobre o papel do ex-presidente nos acampamentos em frente a quartéis.
A investigação segue com outros réus a serem ouvidos nos próximos dias. A postura de Bolsonaro, segundo Cid, reflete uma decisão de não interferir, deixando os acampamentos ativos por semanas. O caso continua sendo analisado pelo STF como parte da apuração do suposto plano golpista.