Moradores do bairro Feira 7, em Feira de Santana, continuam enfrentando dificuldades diárias com a precariedade da Rua Soteropolitano, importante via que dá acesso ao Parque da Cidade. Em um desabafo emocionado, uma moradora que vive na região há mais de 20 anos compartilhou a realidade enfrentada por quem depende da rua, denunciando a ausência de infraestrutura adequada e os impactos disso no cotidiano da comunidade.
Segundo a moradora, a luta por melhorias na via começou por volta de 2011, quando a população local organizou um abaixo-assinado para pedir à Prefeitura o calçamento da rua, que na época ainda era tomada por lama e buracos. Apesar dos esforços da comunidade, nenhuma ação concreta foi realizada naquele momento. Com o passar do tempo, os moradores se mobilizaram novamente, fecharam a rua em forma de protesto, queimaram pneus e acionaram a imprensa para chamar atenção para o problema.
O SOFRIMENTO É DESDE 2011
O resultado dessas manifestações foi a aplicação de um asfalto, classificado por ela como de “péssima qualidade”. O material, segundo a moradora, foi colocado sem qualquer preparo técnico adequado, como nivelamento do solo ou drenagem. Em consequência disso, diversos pontos da rua sofrem com alagamentos frequentes, principalmente em dias de chuva, tornando o tráfego perigoso e agravando os danos às residências, que enfrentam infiltrações e prejuízos estruturais.
A Rua Soteropolitano é uma via de trânsito intenso, não apenas por servir de acesso ao Parque da Cidade, mas também por ser rota de ônibus, caçambas e outros veículos pesados. No entanto, a estrutura atual do asfalto não suporta o peso e o fluxo constantes, o que resulta em afundamentos e novas crateras com frequência. “Aqui você não tem gosto de arrumar a frente da casa. As casas estão todas danificadas”, lamenta a moradora.
Outro ponto destacado é a necessidade de que a via seja transformada em mão única, já que atualmente o tráfego em ambos os sentidos aumenta o risco de acidentes. De acordo com ela, já ocorreram diversos episódios envolvendo colisões, atropelamentos e quedas de motociclistas. “O trânsito aqui é intenso mesmo. Você vê o tempo todo passando caminhão pesado, ônibus, carros. Já aconteceram vários acidentes, e até hoje nada foi feito”, afirmou.
Apesar da situação crítica, a moradora evitou críticas diretas à gestão municipal ou ao atual prefeito José Ronaldo. Seu apelo foi por atenção e providências. “Prefeito, pelo amor de Deus, olhe pelos moradores. Pelo menos para que o acesso ao Parque da Cidade, que é considerado um cartão postal, seja digno. Que tenha condições para que as pessoas possam transitar com segurança”, pediu.
O relato é um reflexo da insatisfação silenciosa de muitos bairros periféricos que seguem aguardando por infraestrutura básica e digna. Para os moradores do Feira 7, a rua Soteropolitano continua simbolizando uma luta antiga e persistente por respeito, segurança e melhorias reais.
