Apesar das intensas pressões políticas exercidas pelo Centrão, uma coalizão de partidos centristas conhecida por seu pragmatismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está considerando manter a exclusividade do Partido dos Trabalhadores (PT) na administração do Palácio do Planalto. A informação foi divulgada pela revista Veja em uma reportagem publicada no início de fevereiro de 2025.

A resistência de Lula contra ceder mais espaço ao Centrão vem em um momento em que a articulação política é crucial para o governo, especialmente com a necessidade de aprovar projetos importantes no Congresso Nacional. O Centrão, liderado por figuras como o ex-presidente da Câmara Arthur Lira e caciques de partidos como o PP, Republicanos, União Brasil e MDB, tem pressionado por mais cargos ministeriais e influência no governo.
A estratégia de Lula parece ser uma tentativa de equilibrar as demandas dos aliados sem perder o controle central das decisões políticas. Segundo a reportagem, o presidente estaria pensando em trocar um ministro do PT por outro, mantendo assim a hegemonia do partido na condução política do país. Isso seria uma forma de atender às críticas internas sobre o desempenho dos ministros sem abrir espaço para outras legendas.
No entanto, essa decisão pode não ser livre de consequências. O Centrão tem demonstrado insatisfação com o que considera uma falta de reciprocidade do governo em relação ao apoio dado ao PT durante a campanha eleitoral e nas votações no Congresso. A insatisfação foi agravada por declarações recentes de líderes do Centrão, como Gilberto Kassab, do PSD, que criticou a gestão do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e expressou dúvidas sobre a reeleição de Lula se as eleições fossem hoje.
A dinâmica entre Lula e o Centrão é complexa, marcada por uma relação de necessidade mútua mas também de desconfiança. Enquanto o Centrão busca aumentar sua influência e garantir benefícios para seus apoiadores, Lula quer assegurar que seu governo possa implementar sua agenda sem interferências que possam desviar o foco das prioridades petistas.