Lula defende aumento do IOF como forma de financiar gastos públicos: 'Estado forte precisa de recursos' -

Lula defende aumento do IOF como forma de financiar gastos públicos: ‘Estado forte precisa de recursos’

Em transmissão ao vivo, presidente justifica medida impopular como necessária para garantir investimentos em saúde e educação e responde a críticas do Congresso Nacional sobre a política fiscal do governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente, nesta terça-feira (17), o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afirmando que a medida, embora impopular, é necessária para que o Estado tenha os recursos para financiar os gastos públicos essenciais e os programas sociais. A declaração é uma tentativa do presidente de se contrapor à forte pressão do Congresso Nacional, que ameaça derrubar as recentes medidas de aumento de arrecadação propostas pela equipe econômica.

Durante sua transmissão semanal “Conversa com o Presidente”, Lula argumentou que a discussão sobre impostos precisa estar atrelada ao seu destino final, que é o investimento em políticas para a população. “Ninguém gosta de pagar imposto, nem eu. Mas um Estado forte precisa de recursos para investir no que importa: na saúde do povo, na educação das nossas crianças, na segurança”, disse o presidente, conforme a reportagem da Agência Brasil.

A defesa do aumento de tributos foi enquadrada por Lula como um pilar para a reconstrução de políticas sociais e o pagamento de contas herdadas da gestão anterior. “Não se pode ter a irresponsabilidade do passado e a responsabilidade do presente ao mesmo tempo. Estamos pagando contas e, ao mesmo tempo, investindo para melhorar a vida das pessoas”, afirmou.

Recado ao congresso

A fala do presidente é uma resposta direta e pública às críticas vindas de parlamentares, que defendem que o ajuste fiscal do governo deveria se concentrar em cortes de despesas, e não no aumento da arrecadação. Sem citar nomes, Lula criticou a postura de quem defende apenas os cortes, sem especificar quais áreas seriam afetadas.

“Tem gente que só quer cortar, mas não diz de onde. Não dizem que cortar significa menos médicos no posto de saúde, menos vagas na creche. Falar para cortar é fácil. Quero que digam se vamos cortar do Farmácia Popular ou do Minha Casa, Minha Vida. Nós escolhemos governar para o povo, e isso exige responsabilidade para financiar as políticas públicas”, disse Lula.

A defesa pública do aumento do IOF feita pelo presidente busca criar apoio popular para suas medidas fiscais e aumentar o custo político para os parlamentares que se opõem a elas. O movimento sinaliza que, apesar da forte resistência no Legislativo, o Palácio do Planalto não pretende, por ora, abandonar sua estratégia de buscar o equilíbrio das contas através do aumento da arrecadação.

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