O influenciador e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), foi condenado nesta sexta-feira, 21 de fevereiro, pela Justiça Eleitoral de São Paulo a oito anos de inelegibilidade. A decisão, tomada pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral da capital, aponta que Marçal cometeu abuso de poder político e econômico, uso indevido de meios de comunicação e captação ilícita de recursos durante a campanha eleitoral de 2024.

A sentença é resultado de duas ações movidas pelo PSOL, liderado por Guilherme Boulos, e pelo PSB, de Tabata Amaral, ambos adversários de Marçal na disputa municipal. O caso central envolve um vídeo divulgado pelo então candidato em suas redes sociais, no qual ele oferecia apoio a candidatos a vereador de “perfil de direita” em troca de doações de R$ 5 mil via Pix para sua campanha. O juiz entendeu que a prática configurou uma venda de apoio político disfarçada de doação, violando princípios de igualdade no pleito.
Com a condenação, Marçal fica impedido de concorrer a cargos públicos até 2032, embora a decisão seja em primeira instância e ele possa recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A vice de sua chapa, Antônia de Jesus Barbosa Fernandes, foi absolvida por falta de provas de envolvimento na irregularidade.
A defesa de Marçal já sinalizou que entrará com recurso, alegando que as provas apresentadas não justificam a condenação e que os valores recebidos após o vídeo foram devolvidos. A sentença, no entanto, reforça a posição do magistrado de que o ato teve potencial para desequilibrar a disputa eleitoral, especialmente pelo uso da influência digital do ex-candidato.
A inelegibilidade de Marçal frustra planos ventilados por ele e pelo PRTB de uma possível candidatura à Presidência da República em 2026, a menos que a decisão seja revertida em instâncias superiores.