Haddad: corte de imposto é para frear alta dos alimentos pelos produtores -

Haddad: corte de imposto é para frear alta dos alimentos pelos produtores

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou com naturalidade nesta sexta-feira (7) sobre a decisão do governo de zerar o Imposto de Importação de nove alimentos que fazem parte do dia a dia dos brasileiros. Em entrevista ao podcast Flow, em São Paulo, ele revelou que a medida, anunciada na quinta-feira (6) pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, tem um alvo claro: evitar que os produtores nacionais aproveitem para aumentar ainda mais os preços. Para Haddad, não se trata de uma promessa de preços mais baixos da noite pro dia, mas de um jeito de equilibrar o jogo no mercado.

Haddad: corte de imposto é para frear alta dos alimentos pelos produtores

Entre os alimentos que terão a tarifa reduzida a zero estão azeite de oliva, café, milho, carnes, açúcar, óleo de girassol, sardinha, biscoitos e massas — itens que antes pagavam impostos entre 7,2% e 32%. “A gente quer dizer aos produtores que não dá pra ficar subindo preço sem critério. Com mais oferta de fora, eles vão ter que segurar essa onda”, afirmou o ministro, deixando claro que a ideia é pressionar pela estabilidade nos valores.

Haddad foi direto ao ponto: sozinho, esse corte não resolve tudo. “É um passo, mas depende de outras coisas, como o dólar se acalmar e a próxima safra vir forte”, disse ele, mostrando que a inflação dos alimentos — que subiu 8,23% em casa em 2024, segundo o IBGE — exige mais do que uma canetada. Ele aproveitou para cutucar o governo de Donald Trump, apoiado por Jair Bolsonaro: “Lá fora, tem quem queira taxar tudo. Aqui, a gente tá cortando imposto pra ajudar quem tá apertado”.

A medida saiu do forno depois de reuniões no Planalto com ministros e representantes do agronegócio. Além de zerar as tarifas, o governo ampliou a importação de óleo de palma, passando a cota de 65 mil para 150 mil toneladas, e quer encher os estoques da Conab, embora não tenha dito quanto vai investir nisso. Tudo isso porque itens como carne (alta de 21,17%) e leite (16,19%) estão pesando no bolso de quem vai ao mercado.

Agora, o plano depende do aval da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para começar a valer. Haddad pediu um voto de confiança: “Não é instantâneo, mas vai ajudar a segurar os preços com o tempo”. Enquanto isso, o brasileiro segue acompanhando de perto pra ver se o alívio chega na hora de encher o carrinho.

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