Levantamento da organização “Seguridad, Justicia y Paz”, referente aos dados de 2024 e divulgado no início de 2025, coloca o município baiano no topo da lista nacional e em posição de destaque na violência global, com base na taxa de homicídios por 100 mil habitantes.

Feira de Santana foi apontada como a cidade mais violenta do Brasil e a 22ª mais perigosa do mundo, de acordo com o mais recente ranking divulgado pela organização não governamental mexicana “Seguridad, Justicia y Paz A.C.” (Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal). O estudo, que compila dados referentes ao ano de 2024 e foi publicado no início de 2025, analisa as taxas de homicídios dolosos por 100 mil habitantes em cidades com população superior a 300 mil pessoas e que não se encontram em zonas de conflito bélico declarado.
Segundo os dados apresentados pela ONG, a taxa de homicídios registrada em Feira de Santana durante o ano de 2024 a posicionou como a mais crítica entre as cidades brasileiras analisadas, superando outros municípios nacionais que também figuram na lista das 50 mais violentas do globo. A metodologia da “Seguridad, Justicia y Paz” se baseia na coleta de estatísticas oficiais de homicídios fornecidas pelos governos ou, na ausência de transparência ou disponibilidade desses dados, em estimativas construídas a partir de fontes secundárias e notícias da imprensa.
Este não é o primeiro ano que Feira de Santana aparece com destaque negativo no levantamento da organização mexicana. Em rankings anteriores, a cidade já havia sido listada entre as mais violentas, refletindo um desafio persistente na área de segurança pública para o município e para o estado da Bahia. A presença de outras cidades brasileiras no ranking também é uma constante, indicando um problema crônico de violência letal em diversas regiões do país.
Metodologia e Repercussões
A lista da “Seguridad, Justicia y Paz” é divulgada anualmente e costuma gerar amplo debate sobre as causas da violência urbana e a eficácia das políticas de segurança pública. Embora a metodologia seja transparente em seus critérios de inclusão (população mínima, exclusão de zonas de guerra), ela também recebe críticas por, em alguns casos, ter que recorrer a estimativas ou por não abranger todas as formas de violência que afetam a percepção de segurança dos cidadãos.
Até o momento, as autoridades municipais de Feira de Santana e o Governo do Estado da Bahia não emitiram um pronunciamento oficial específico sobre os dados deste último relatório referente a 2024. Historicamente, gestores públicos brasileiros, ao serem confrontados com esses rankings, tendem a analisar os números, por vezes contestar a metodologia ou os dados específicos, e frequentemente apresentam ações em curso ou planejadas para o combate à criminalidade e a redução dos índices de violência.
A divulgação de tais estudos serve como um termômetro externo e um alerta para a sociedade e para os governantes sobre a urgência de se investir em políticas de segurança pública integradas, que abordem não apenas a repressão ao crime, mas também suas causas sociais e econômicas, além de promover a valorização das forças policiais e a modernização dos sistemas de investigação e inteligência.