Em Feira de Santana, a maior cidade do interior da Bahia, cenas de pais e mães dormindo nas portas de escolas para matricular seus filhos continuam a se repetir, expondo o que muitos chamam de um ciclo de descaso e falta de planejamento por parte da administração municipal.
Um dos exemplos mais emblemáticos deste ano aconteceu na Escola Municipal do distrito de São José, na Maria Quitéria. Recentemente municipalizada, a unidade virou cenário de longas filas e famílias ao relento, levando colchões, cobertores e até barracas para enfrentar a espera. Lá, a busca por uma educação de qualidade tem sido literalmente um teste de resistência.
No Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) CAIC, localizado no Feira VII, a situação também foi crítica. Já às 14h do dia anterior à abertura das matrículas, uma fila extensa se formava em frente à instituição. Apesar de reformas e ampliações nas escolas municipais, a falta de vagas suficientes e a ausência de um planejamento adequado agravam o problema, evidenciando a negligência da prefeitura e da Secretaria de Educação com a crescente demanda educacional.
Enquanto redes estaduais já implementaram sistemas de matrícula online que permitem aos responsáveis realizarem o processo de forma ágil e prática, a rede municipal de Feira de Santana ainda recorre a métodos ultrapassados. Pais e mães precisam enfrentar filas longas e expor-se ao sol, chuva e outros desconfortos, algo que poderia ser evitado com a digitalização do sistema.
Em sistemas já adotados em outros municípios e estados, os responsáveis conseguem realizar a matrícula pelo celular ou computador, apresentando a documentação presencialmente apenas após a confirmação da vaga. Essa solução, simples e eficaz, poderia poupar o sofrimento das famílias em Feira de Santana.