Alagamentos, deslizamentos e interrupções no transporte público marcam sábado em São Paulo
Chuvas intensas castigaram cidades do estado de São Paulo no sábado, 19 de abril de 2025, com volumes de precipitação que superaram as previsões para todo o mês de abril em poucas horas. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Guarujá registrou 191 milímetros de chuva em apenas seis horas, ultrapassando a média mensal esperada de 190,7 mm. Desde o início do mês, a cidade já acumulou 282 mm, bem acima do normal.
Na Grande São Paulo, Diadema enfrentou 84 mm de chuva em duas horas, equivalente a 80% do esperado para abril (106,6 mm). Em Santo André, a precipitação atingiu 110 mm no mesmo período, superando a média mensal. Esses volumes recordes geraram transtornos significativos em várias regiões.
Em Guarujá, a Defesa Civil acionou sirenes de alerta e orientou a evacuação de moradores de áreas de risco. No Morro do Bio, um deslizamento de terra levou à retirada de 17 pessoas, que foram abrigadas na Escola Municipal Sérgio Pereira. No Morro da Vila Baiana, nove famílias foram desalojadas preventivamente e encaminhadas para casas de parentes. A cidade também registrou alagamentos e interrupções no tráfego.
Na região do ABC, Diadema sofreu com pontos de alagamento, queda de muros e motos arrastadas pelas águas. Em São Bernardo do Campo, os bairros Paulicéia e Galileia foram duramente atingidos, com casas inundadas. No bairro Piraporinha, um ônibus ficou ilhado, exigindo a intervenção do Corpo de Bombeiros para resgatar passageiros.
As chuvas também impactaram o transporte público, interrompendo a circulação de trens em várias linhas e causando transtornos para milhares de passageiros. A Defesa Civil emitiu alertas para as cidades do ABC, Alto Tietê e Bertioga, recomendando que a população evitasse áreas de risco.
A infraestrutura urbana também foi afetada, com crateras abertas em vias públicas e interrupção de serviços essenciais em algumas áreas. Apesar dos danos, não há registros de vítimas fatais até o momento.
Especialistas apontam que o evento pode estar relacionado a padrões climáticos anormais, possivelmente influenciados pelo fenômeno La Niña, que, embora em declínio, ainda pode afetar o clima na região. A Climatempo destacou que o Atlântico Sul, mais quente que o normal, facilita a formação de áreas de baixa pressão, contribuindo para chuvas intensas.
Autoridades orientam a população a acompanhar os boletins meteorológicos e seguir as recomendações de segurança, especialmente em áreas propensas a alagamentos e deslizamentos.
