Chefe do TCP usava Correios e empresas privadas para importar armas no RJ -

Chefe do TCP usava Correios e empresas privadas para importar armas no RJ

Uma operação da Polícia Federal deflagrada neste domingo, 23 de março de 2025, revelou um esquema sofisticado de importação de armas liderado por Everson “Peixão” Lopes, apontado como chefe do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das maiores facções do Rio de Janeiro. Preso em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Peixão utilizava os Correios e empresas de logística como DHL e AliExpress para trazer fuzis, munições e explosivos da China e do Paraguai. A ação, batizada de “Delivery”, expôs como o criminoso transformou serviços de entrega em ferramentas para abastecer o tráfico carioca.

A investigação começou após a interceptação de uma encomenda declarada como “brinquedo eletrônico” nos Correios, que continha um fuzil anti-drone. No celular de Peixão, apreendido na operação, a PF encontrou mensagens com fornecedores estrangeiros, negociadas em dólar, e rastreamentos de pacotes. Em uma das conversas, ele planejava adquirir cinco equipamentos anti-drone de uma vez, citando alta demanda de “clientes”. A casa do suspeito, também em Nova Iguaçu, foi alvo de buscas que resultaram na apreensão de granadas e peças de armamento, evidenciando a escala da operação.

Os Correios informaram que colaboraram com as autoridades, destacando seus protocolos contra envios ilícitos. A DHL e o AliExpress reiteraram repúdio a atividades criminosas e se colocaram à disposição para investigações. Peixão, que atuava como armeiro da facção, foi levado à Superintendência da PF no Rio, onde permanece detido. A operação reforça o combate ao uso de serviços postais por organizações criminosas, um desafio crescente para a segurança pública.

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