A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) informou que, em apenas 40 dias de 2025, os brasileiros já pagaram R$ 500 bilhões em impostos. O dado foi compartilhado pela ACSP na manhã desta sexta-feira, 7 de fevereiro, através de seu painel Impostômetro, que monitora a arrecadação tributária em tempo real.
Este valor representa um aumento de 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o montante arrecadado foi de R$ 461,6 bilhões. De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, este aumento precoce na arrecadação é resultado de uma combinação de fatores econômicos, incluindo o aquecimento da economia, a alta da inflação e o aumento dos tributos.3
“A inflação, em particular, tem um impacto significativo, pois nosso sistema tributário é majoritariamente baseado em impostos sobre o consumo”, explicou Gamboa. Este aumento nos preços dos bens e serviços implica, consequentemente, uma maior incidência de impostos, que são calculados sobre esses valores mais altos.
Ainda segundo o economista, a alta do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a tributação de fundos offshore, a reoneração dos combustíveis, mudanças nas regras de incentivos fiscais dos estados e a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) são outros fatores que contribuíram para esse crescimento na arrecadação.
O Impostômetro, instalado na sede da ACSP no Centro Histórico de São Paulo, serve como um lembrete constante do quanto os brasileiros contribuem em impostos. O painel, que pode ser acompanhado online, visa conscientizar a população sobre a alta carga tributária e incentivar uma cobrança mais efetiva por serviços públicos de qualidade.
Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), a notícia foi recebida com diversos comentários, variando de indignação com o montante arrecadado em tão pouco tempo a chamados por uma reforma tributária. Usuários destacaram a discrepância entre o que é arrecadado e a qualidade dos serviços públicos oferecidos, como educação, saúde e infraestrutura.
A informação reforça o debate sobre a necessidade de uma reforma tributária no Brasil, que poderia tornar o sistema mais justo e eficiente, redistribuindo a carga fiscal de uma maneira que não penalize tanto o consumo e permita um crescimento econômico mais sustentável. Enquanto isso, a população continua a sentir o impacto direto desses impostos em seu dia a dia.