Dois brasileiros, Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, e Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, conseguiram fugir de uma situação de trabalho escravo em Mianmar no último sábado (8). Eles foram inicialmente atraídos por promessas de emprego na Tailândia, mas foram sequestrados e levados para Myawaddy, uma cidade em Mianmar, país que vive em guerra civil. A Embaixada do Brasil em Bangkok, na Tailândia, está prestando assistência aos brasileiros resgatados e providenciando a repatriação deles de volta ao Brasil.
Os jovens foram obrigados a trabalhar mais de 15 horas por dia, aplicando golpes na internet. Quando não atingiam as metas impostas, eram torturados e espancados. A fuga foi planejada com cerca de 80 pessoas também escravizadas, mas inicialmente não se concretizou, causando grande angústia nas famílias. Eventualmente, eles foram encontrados por uma milícia local e, após negociações entre o governo tailandês e o Exército Democrático Karen Budista (DKBA), conseguiram cruzar a fronteira de volta para a Tailândia.
Os familiares criticaram a atuação das autoridades brasileiras, afirmando que a Embaixada do Brasil em Mianmar não tomou medidas efetivas para resgatar os jovens, limitando-se a manter contato com as autoridades locais. O sucesso da fuga foi atribuído à ajuda da organização não-governamental The Exodus Road, que luta contra o tráfico humano globalmente. A ONG pressionou governos asiáticos e conseguiu enfraquecer a posição dos criminosos, facilitando a libertação dos brasileiros.
