Bolsonaro e Mauro Cid apertam as mãos em primeiro encontro no STF antes de interrogatório sobre golpe -

Bolsonaro e Mauro Cid apertam as mãos em primeiro encontro no STF antes de interrogatório sobre golpe

Gesto tenso ocorreu na abertura da sessão de depoimentos dos réus da trama golpista; em seguida, ex-ajudante de ordens iniciou sua oitiva e, segundo relatos, ratificou os termos de sua delação premiada.

Em um encontro de forte carga simbólica e política, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, apertaram as mãos dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta segunda-feira, 9 de junho. O cumprimento ocorreu momentos antes do início do interrogatório de Cid, o primeiro dos oito principais réus a serem ouvidos na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder após as eleições de 2022.

Este foi o primeiro encontro público entre Bolsonaro e Cid desde que o ex-ajudante de ordens firmou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, homologado pelo STF, no qual detalhou reuniões e planos do então presidente e de seu entorno para contestar o resultado eleitoral e impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo relatos da imprensa presente na sessão, Jair Bolsonaro, ao chegar ao plenário da Primeira Turma do STF, onde ocorrem os interrogatórios, dirigiu-se até o local onde Mauro Cid estava sentado ao lado de seu advogado e estendeu a mão. Cid levantou-se e cumprimentou o ex-presidente. O gesto foi breve e descrito como formal e tenso, sem sorrisos ou conversas.

Início dos Interrogatórios

Logo após o episódio, a sessão foi iniciada pelo ministro relator, Alexandre de Moraes, e Mauro Cid começou a ser interrogado. Por ser colaborador, ele foi o primeiro a depor. Conforme informações do G1, durante sua oitiva, Cid reafirmou as informações prestadas em seu acordo de delação, mantendo as acusações contra os demais réus.

O gesto de Bolsonaro é analisado por observadores políticos como uma tentativa de demonstrar tranquilidade ou de enviar uma mensagem ao seu ex-auxiliar, que foi publicamente hostilizado por aliados do ex-presidente após o acordo de colaboração vir à tona.

A fase de interrogatórios, que se inicia hoje, é uma das últimas etapas da instrução processual antes do julgamento. Após Mauro Cid, os outros sete réus do chamado “núcleo principal” da trama serão ouvidos em ordem alfabética, incluindo os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-ministro Anderson Torres e o próprio Jair Bolsonaro. Eles respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

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