Governo israelense culpa Teerã por míssil que atingiu hospital em Haifa e matou civis; declaração é a ameaça mais direta já feita ao aiatolá Khamenei e eleva o temor de uma guerra total na região.
O governo de Israel fez, nesta quinta-feira, 19 de junho, sua ameaça mais direta e contundente contra o Irã, afirmando que o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, “não pode mais existir”. A escalada retórica sem precedentes foi uma resposta a um ataque com míssil que atingiu um grande hospital na cidade de Haifa, no norte de Israel, na madrugada, deixando ao menos cinco mortos e dezenas de feridos.

O ataque ao Centro Médico Rambam, um dos maiores do país, representa um dos momentos mais graves desde o início do confronto direto entre as duas nações na semana passada. As Forças de Defesa de Israel (IDF) atribuíram o disparo do míssil ao grupo Hezbollah, que atua a partir do Líbano, mas responsabilizaram diretamente o regime iraniano pela ação. Segundo os militares israelenses, o armamento utilizado é de fabricação iraniana e a ordem para o ataque partiu de Teerã.
Em um pronunciamento duro, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que o ataque a um hospital ultrapassou todas as “linhas vermelhas”. “O ataque covarde a um hospital, a um lugar de cura, é uma linha vermelha que não pode ser cruzada. O responsável final por este ato de terrorismo é o regime em Teerã. E o líder deste regime, o aiatolá Khamenei, que ordena este terror, provou ao mundo que ele não pode mais existir”, disse Gallant, em uma declaração que foi interpretada globalmente como uma ameaça de assassinato contra um chefe de Estado.
Irã nega autoria e reações internacionais se intensificam
Tanto o Irã quanto o Hezbollah negaram veementemente ter mirado em um alvo civil. Em um comunicado, o Hezbollah afirmou que seus foguetes tinham como alvo infraestruturas militares na região de Haifa e sugeriu que o hospital pode ter sido atingido por estilhaços ou por uma falha de um míssil do sistema de defesa antiaérea de Israel.

A comunidade internacional reagiu com alarme à escalada. A Casa Branca condenou o ataque ao hospital, mas, segundo fontes diplomáticas, comunicou a Israel em canais privados sua “profunda preocupação” com a ameaça direta ao líder iraniano, alertando para o risco de uma “guerra catastrófica e incontrolável”.
O Conselho de Segurança da ONU está em processo de agendar uma nova reunião de emergência para discutir a crise. A ameaça explícita de Israel contra o líder supremo do Irã, após um ataque a um alvo civil de grande sensibilidade, leva o conflito a um território desconhecido e perigoso, tornando os esforços diplomáticos para conter uma guerra regional ainda mais urgentes e complexos.