O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje inelegível, conseguiu firmar um acordo com o Centrão para apoiar os candidatos Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado e Hugo Motta (Republicanos-PB) para a Câmara dos Deputados. Este acordo, que se concretizou nas eleições deste sábado, 1º de fevereiro de 2025, vem com a promessa de abrir caminho para a anistia de Bolsonaro, permitindo que ele possa concorrer novamente nas eleições presidenciais de 2026.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030 por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação, mas a articulação política com o Centrão visa a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ou projeto de lei que anistie os crimes eleitorais cometidos por ele e seus aliados, especialmente relacionados aos eventos de 8 de janeiro de 2023. A anistia poderia, segundo a estratégia de Bolsonaro, ser incluída em negociações de apoio para a sucessão das presidências das duas Casas.
A votação de Alcolumbre e Motta foi bastante expressiva, refletindo a força dos acordos políticos. Alcolumbre recebeu 73 votos de 81 no Senado, enquanto Motta obteve 495 votos na Câmara, mostrando a ampla coalizão formada.
No entanto, a viabilidade e o avanço de uma anistia ainda dependem de negociações e da disposição do Congresso em votar tais medidas. A estratégia de Bolsonaro é apostar na força de sua bancada e na influência que o Centrão exerce no parlamento para transformar essa possibilidade em realidade.