Acidentes com avião disparam no Brasil em 2025 -

Acidentes com avião disparam no Brasil em 2025

Os primeiros meses de 2025 têm sido marcados por um aumento expressivo no número de acidentes aéreos no Brasil, confirmando a percepção de que essas ocorrências estão mais frequentes. Até o dia 21 de fevereiro, o país já registrou pelo menos 26 acidentes, com 11 mortes, segundo dados preliminares do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O ritmo alarmante — praticamente um acidente a cada dois dias — coloca o ano em trajetória para superar os 175 acidentes de 2024, o mais alto em uma década.

Acidentes com avião disparam no Brasil em 2025
Polícia Civil de Minas investiga causa por trás de queda de avião — Foto: Divulgação/PCMG

A maioria dos casos envolve aeronaves de pequeno porte, especialmente da aviação privada e agrícola. Um exemplo recente ocorreu em 7 de fevereiro, quando um avião King Air F90 caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, em São Paulo, matando duas pessoas e ferindo sete após atingir um ônibus. Outro incidente, em 10 de fevereiro, envolveu a queda de um ultraleve em Prado, na Bahia, que deixou um empresário mineiro morto. Esses eventos refletem uma tendência que já vinha se desenhando no ano anterior, quando 153 pessoas morreram em acidentes aéreos, puxadas por tragédias como a da Voepass em Vinhedo (SP), com 62 vítimas.

Especialistas apontam que o crescimento da frota de aviação geral, que responde por 95% das aeronaves no país, é um dos fatores por trás da alta. Desde a pandemia, o número de voos privados e de pequeno porte aumentou, mas sem um acompanhamento proporcional em infraestrutura ou formação de pilotos. Falhas mecânicas, como mau funcionamento de motores, e erros humanos, como julgamento inadequado dos pilotos, estão entre as causas mais frequentes identificadas pelo Cenipa nos últimos anos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enfrenta desafios para fiscalizar esse setor, que opera com menos exigências do que a aviação comercial. Enquanto voos de linha têm dois pilotos e estações de controle, na aviação privada a decisão muitas vezes recai apenas sobre o piloto, o que eleva os riscos. Em 2024, São Paulo liderou o ranking de acidentes fatais, seguido por estados como Mato Grosso e Minas Gerais, padrão que parece se repetir em 2025.

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