Nesta quarta-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que resiste à agenda de corte de gastos cobrada pelos agentes econômicos, voltou a pressionar o Banco Central (BC) pela retomada do ciclo de queda dos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, em decisão unânime. Essa manutenção se deu devido ao cenário global incerto e à elevação das expectativas de inflação.
O mercado financeiro amplamente esperava esse resultado, considerando o aumento das projeções de inflação e as incertezas sobre a condução da política fiscal pelo governo Lula. O presidente reforçou a importância de reduzir a taxa de juros, destacando que isso não depende apenas do governo, mas que também será alcançado. O Copom reafirmou a necessidade de uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco dos ativos financeiros.
O comunicado do Copom também mencionou que a política monetária deve permanecer contracionista por tempo suficiente para consolidar o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno da meta. Eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo compromisso de convergência da inflação à meta. A cautela continua sendo essencial, considerando o cenário fiscal e os desenvolvimentos internacionais.