Salvador liderou o ranking de aumento no preço da cesta básica entre as capitais brasileiras em janeiro de 2025, com uma elevação de 6,22%, de acordo com dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esta alta significativa se destaca em um contexto onde o custo da cesta básica já representa cerca de 60% do salário mínimo em várias partes do país.
O levantamento do Dieese mostrou que a capital baiana foi seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%), enquanto apenas quatro cidades registraram queda nos preços: Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Brasília (-1,33%) e João Pessoa (-0,18%). Em São Paulo, o custo da cesta básica chegou a representar 55,7% do salário mínimo, refletindo uma tendência de aumento generalizado nos preços dos alimentos essenciais.
O Dieese calcula o custo da cesta básica com base em 13 produtos alimentícios considerados essenciais para uma família de quatro pessoas, incluindo itens como arroz, feijão, carne, leite, pão, manteiga, café, açúcar, óleo, batata, tomate, banana e laranja. Em Salvador, este conjunto de produtos passou a custar R$ 683,19, um aumento que coloca uma pressão adicional sobre a população de baixa renda.
A alta nos preços da cesta básica em Salvador e em outras capitais reflete uma série de fatores, incluindo a inflação, as dificuldades logísticas, o aumento dos custos de produção e a especulação no mercado de alimentos. O impacto desses aumentos é particularmente sentido pelos trabalhadores que recebem o salário mínimo, pois uma boa parte da renda agora está comprometida apenas com a alimentação básica.
A situação foi amplamente discutida nas redes sociais, onde posts de usuários do X destacaram a dificuldade crescente de manter uma alimentação saudável e adequada. A hashtag #CestaBasica ficou entre os trending topics, com muitos usuários compartilhando suas frustrações e apelos por políticas públicas que possam amenizar a situação.
Economistas e especialistas em políticas sociais têm alertado para a necessidade de medidas como o aumento do salário mínimo acima da inflação, a revisão das políticas de preços de alimentos e a implementação de programas de subsídios ou descontos para itens da cesta básica para a população mais vulnerável.
O governo federal, por sua vez, tem sido pressionado a responder a essa crise de custo de vida, com o Ministério da Economia e o Ministério do Desenvolvimento Social em negociações para possíveis intervenções. No entanto, até o momento, nenhuma medida concreta foi anunciada para combater diretamente o aumento do custo da cesta básica.
A alta na cesta básica em Salvador e a situação nacional destacam a urgência de ações para garantir a segurança alimentar e o poder de compra dos brasileiros de baixa renda, em um país onde a desigualdade social continua a ser um desafio persistente.
