Em um movimento que promete mudar o cenário do entretenimento audiovisual no Brasil, o governo federal anunciou oficialmente o lançamento da plataforma de streaming pública “Tela Brasil”. Com o objetivo de promover e democratizar o acesso a produções nacionais, o projeto foi detalhado em uma coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (5 de fevereiro de 2025).
A iniciativa, liderada pela Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), visa oferecer uma alternativa gratuita aos serviços de streaming existentes, como Netflix, Amazon Prime Video e Disney+. O “Tela Brasil” será disponibilizado no segundo semestre deste ano, com um catálogo inicial composto por 447 obras audiovisuais nacionais, incluindo curtas, médias e longas-metragens.
A plataforma foi inspirada pelo sucesso do filme nacional “Ainda Estou Aqui”, que concorre ao Oscar, e tem como meta não apenas o entretenimento, mas também a educação, com a inclusão de conteúdos que possam ser exibidos em escolas públicas. O investimento inicial para a licença das obras é de R$ 4,2 milhões, segundo informações disponíveis na web.
Posts no X (antigo Twitter) mostram uma variedade de reações. Enquanto alguns aplaudem a iniciativa como uma forma de valorizar e disseminar a cultura brasileira, outros questionam a viabilidade e a qualidade do conteúdo que será oferecido. Há também preocupações sobre a interferência governamental no setor de entretenimento e a possibilidade de uso político da plataforma.
O “Tela Brasil” não é apenas uma plataforma de streaming; ela representa um esforço do governo para fortalecer a indústria audiovisual nacional, que muitas vezes enfrenta dificuldades para competir com produções internacionais em termos de distribuição e visibilidade. A ideia é criar um espaço onde o cinema, documentários e séries brasileiras encontrem um público amplo, sem as barreiras financeiras muitas vezes impostas por serviços pagos.
A implementação gradual da plataforma permitirá ajustes com base no feedback dos usuários e na experiência adquirida durante a fase inicial. O governo espera que “Tela Brasil” não só sirva de vitrine para o audiovisual nacional mas também incentive novas produções, contribuindo para a economia criativa do país.
A discussão sobre a “Netflix” estatal já começou, com debates sobre regulação, conteúdo, e o papel do estado na cultura. Enquanto isso, a expectativa é grande para que o “Tela Brasil” cumpra sua promessa de ser uma ferramenta poderosa na democratização do acesso à cultura brasileira.