O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à colunista Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira (6 de fevereiro de 2025), que pretende autorizar a instalação de uma base militar dos Estados Unidos na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, caso volte a assumir a presidência da República.
Bolsonaro declarou que faria um “acordo militar parrudo” com os EUA para “acabar com a presença de terroristas na região”, afirmando: “Eu vou permitir que seja instalada uma base militar dos EUA ali.” A região mencionada é conhecida por ser um ponto estratégico, onde se encontram as fronteiras dos três países, e já foi alvo de preocupações de segurança, especialmente após alegações de atividades terroristas.
Essa declaração vem em um contexto onde Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda busca maneiras de reverter essa decisão para poder concorrer novamente à presidência em 2026. Ele acredita que pode ser a única figura capaz de representar a direita no próximo pleito e tem evitado endossar outros possíveis candidatos.
Além disso, Bolsonaro expressou a intenção de retirar o Brasil do bloco econômico Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), alinhando-se com políticas do ex-presidente Donald Trump dos Estados Unidos e do atual presidente da Argentina, Javier Milei, que também retirou seu país da OMS.
Posts no X (antigo Twitter) refletem uma divisão de opiniões sobre a proposta de Bolsonaro. Alguns apoiam a ideia, vendo-a como uma medida para fortalecer a segurança nacional, enquanto outros expressam preocupações sobre a soberania brasileira e o aumento da influência estrangeira na região.
A proposta de instalação de uma base militar dos EUA na tríplice fronteira não é nova e já foi discutida em contextos anteriores, com o tema gerando debates sobre a independência nacional, a segurança regional e as relações diplomáticas com os vizinhos. A declaração de Bolsonaro, portanto, reacende uma discussão que envolve não só questões de segurança, mas também geopolítica e soberania.