Após anos de ausência do mercado brasileiro de smartphones, gigante chinesa anuncia retorno em evento em São Paulo, apresentando um inovador aparelho dobrável e consolidando o uso de seu sistema operacional, o HarmonyOS.

A Huawei anunciou oficialmente seu retorno ao mercado brasileiro de smartphones em um evento realizado em São Paulo nesta quinta-feira, 12 de junho. A volta da gigante chinesa, após um hiato de anos, é marcada pelo lançamento de um celular tecnologicamente ambicioso, com uma tela dobrável em três partes, e pela aposta em seu ecossistema de software para contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos.
O novo aparelho, cujo nome e preço para o mercado nacional ainda serão divulgados, representa uma aposta da Huawei na inovação em hardware para atrair os consumidores. O design com uma tela que se dobra em duas partes distintas permite que o dispositivo funcione como um celular de tamanho convencional quando fechado e se transforme em um pequeno tablet quando totalmente aberto.
O desafio do Sistema Operacional
O principal desafio para a Huawei em mercados ocidentais, incluindo o Brasil, continua sendo a ausência dos serviços móveis do Google (GMS), como a Play Store, Gmail, Google Maps e YouTube. Essa restrição é resultado das sanções impostas pelo governo dos EUA em 2019, que acusou a empresa de ser uma ameaça à segurança nacional e a proibiu de fazer negócios com companhias americanas.

Para superar este obstáculo, o novo smartphone da Huawei, assim como seus outros dispositivos recentes, não virá com o sistema operacional Android do Google. Em seu lugar, a empresa consolidou o desenvolvimento de seu próprio sistema, o HarmonyOS. A Huawei aposta que seu ecossistema integrado e sua loja de aplicativos, a AppGallery, que tem recebido investimentos massivos para atrair desenvolvedores, atingiram a maturidade necessária para oferecer uma experiência de usuário competitiva.
O retorno ao Brasil é um passo estratégico e ousado para a companhia. Em seu auge, a Huawei chegou a disputar a liderança do mercado global de smartphones, sendo muito popular também entre os consumidores brasileiros. Agora, a empresa testa a força de sua marca e a capacidade de seu software próprio para reconquistar um espaço significativo em um dos maiores mercados de smartphones do mundo.
Representantes da empresa no evento afirmaram que a decisão de voltar foi motivada pela percepção de que há uma demanda reprimida por inovação no setor e pela confiança na qualidade de seus produtos, mesmo sem os aplicativos do Google. Os detalhes sobre o início das vendas e a estratégia de distribuição do novo aparelho de tela tripla devem ser anunciados nas próximas semanas.