Haddad denuncia 'calotes' do governo Bolsonaro e acusa deputados da oposição de 'molecagem' por 'correrem do debate' -

Haddad denuncia ‘calotes’ do governo Bolsonaro e acusa deputados da oposição de ‘molecagem’ por ‘correrem do debate’

Em audiência tensa na Câmara, ministro da Fazenda afirmou que medidas de ajuste fiscal são para pagar dívidas herdadas, como a dos precatórios, e criticou a postura de parlamentares durante sua exposição.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez duras críticas à gestão anterior e à atual oposição durante uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 11 de junho. Em sua fala, Haddad denunciou uma série de “calotes” que teriam sido deixados pelo governo de Jair Bolsonaro e acusou deputados oposicionistas de praticarem “molecagem” e de “correrem do debate” técnico sobre a situação fiscal do país.

O ministro argumentou que as atuais medidas de ajuste e a busca por novas receitas são, em grande parte, uma consequência da necessidade de arcar com dívidas e despesas que foram adiadas pela administração anterior. Ele citou especificamente a Emenda Constitucional que ficou conhecida como “PEC do Calote dos Precatórios”.

“Deram calote em precatórios, deram calote em governadores, uma herança de quase R$ 300 bilhões em esqueletos que nós estamos pagando. Nós estamos pagando a conta. O presidente Lula tomou a decisão de pagar a conta do calote que eles deram”, afirmou Haddad, conectando diretamente as dificuldades fiscais atuais com as decisões da gestão passada.

Críticas à Postura da Oposição

A audiência foi marcada por momentos de tensão. Durante sua apresentação, Haddad foi interrompido por parlamentares da oposição, o que o levou a criticar diretamente a postura de seus adversários políticos.

“É um tipo de molecagem, não tem outro nome. Correm do debate. Não querem debater o mérito”, declarou o ministro, visivelmente irritado. Ele defendeu que sua equipe estava no local para apresentar dados técnicos e transparentes sobre a “herança” fiscal recebida e debater soluções, mas que encontrou uma tentativa de tumulto em vez de um diálogo produtivo.

A fala de Fernando Haddad busca enquadrar o debate fiscal sob a ótica da responsabilidade, posicionando o governo atual como o agente que está organizando as contas públicas, enquanto atribui a necessidade de medidas impopulares, como aumentos de impostos e cortes orçamentários, a uma “herança” de irresponsabilidade fiscal. A oposição, por sua vez, tem rebatido o discurso, acusando o governo Lula de usar o passado como desculpa para seus próprios gastos elevados e para justificar uma agenda de aumento da carga tributária sobre a população.

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