Marinha israelense aborda embarcação da “Flotilha da Liberdade” em águas internacionais e a desvia para o porto de Ashdod. Ativistas serão deportados, e Israel afirma que a carga humanitária será enviada por terra.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram ter interceptado, no último domingo, 8 de junho, uma embarcação internacional de ativistas que tentava romper o bloqueio naval à Faixa de Gaza. O barco, parte da iniciativa conhecida como “Flotilha da Liberdade”, foi abordado em águas internacionais no Mar Mediterrâneo e escoltado até o porto israelense de Ashdod, encerrando a mais recente tentativa de desafiar o cerco ao território palestino.
De acordo com um comunicado das IDF, a Marinha israelense estabeleceu contato com a embarcação quando ela se aproximava da zona de segurança marítima. Os militares informaram ao capitão que o acesso a Gaza por mar estava proibido, devido ao bloqueio legal de segurança, e orientaram o barco a mudar seu percurso em direção ao Egito ou a atracar no porto de Ashdod para que a ajuda humanitária a bordo pudesse ser transferida por terra.
“Após o barco ter se recusado a cooperar e ignorado os chamados, foi decidido, de acordo com as diretrizes do governo e em conformidade com o direito internacional, abordar a embarcação para impedir a violação do bloqueio”, afirmaram as Forças de Defesa de Israel. A nota também ressalta que a abordagem ocorreu sem violência significativa.
Uma vez sob controle da marinha, o navio foi redirecionado para Ashdod. O procedimento padrão de Israel em tais casos é processar os ativistas estrangeiros através das autoridades de imigração para deportação. Quanto à carga humanitária, que inclui alimentos e suprimentos médicos, as autoridades israelenses se comprometeram a realizar uma inspeção de segurança e, em seguida, coordenar sua transferência para a Faixa de Gaza através das passagens terrestres existentes.
Organização Acusa Israel de “Pirataria”
Os organizadores da “Flotilha da Liberdade” condenaram veementemente a ação israelense. Em comunicados divulgados em suas redes sociais, eles classificaram a interceptação em águas internacionais como um “ato de pirataria” e uma violação da lei marítima.

“Nossa missão sempre foi pacífica. Nosso objetivo é entregar ajuda humanitária necessária e, mais importante, chamar a atenção do mundo para o bloqueio ilegal e desumano de 18 anos que sufoca mais de dois milhões de pessoas em Gaza”, declarou um porta-voz da coalizão.
O incidente, embora resolvido sem o confronto letal da flotilha Mavi Marmara em 2010, coloca novamente em evidência a tensa situação do bloqueio a Gaza. A comunidade internacional acompanha o desfecho do caso, com organizações de direitos humanos e algumas nações pedindo transparência e respeito aos direitos dos ativistas detidos.