Censo revela que Feira de Santana não tem mais maioria católica; evangélicos e 'sem religião' superam média nacional -

Censo revela que Feira de Santana não tem mais maioria católica; evangélicos e ‘sem religião’ superam média nacional

Em um marco histórico para a demografia religiosa local, dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE mostram que os católicos agora representam 46,7% da população feirense. O cenário antecipa e aprofunda a tendência de transição religiosa observada no restante do Brasil.

Um novo e detalhado panorama da filiação religiosa em Feira de Santana, revelado pelos dados do Censo Demográfico de 2022 e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6), aponta para uma mudança histórica: pela primeira vez, o município não possui mais uma maioria de população que se declara católica apostólica romana. O grupo agora representa 46,7% dos feirenses.

Este cenário local é uma versão intensificada da tendência observada em nível nacional, onde a parcela de católicos atingiu seu mínimo histórico (56,7%), mas ainda se mantém como majoritária. Em Feira de Santana, a transição religiosa se mostra mais avançada.

O Novo Retrato da Fé em Feira de Santana

Os dados específicos para o município mostram uma diversidade crescente e a consolidação de novos grupos religiosos e da secularização. A composição religiosa da cidade, conforme o Censo 2022, é a seguinte:

  • Católica Apostólica Romana: 46,7%
  • Evangélicas: 31,67%
  • Sem Religião: 13,32%
  • Espírita: 1,29%
  • Umbanda e Candomblé: 0,72%
  • Outras religiosidades: 5,94%

Ao comparar Feira de Santana com o restante do Brasil, as diferenças são notáveis. O município possui uma proporção de católicos 10 pontos percentuais menor que a média nacional. Por outro lado, o percentual de evangélicos é quase 5 pontos maior que a média do país (26,9%), e o grupo de pessoas “sem religião” também é significativamente mais expressivo, superando a média nacional (9,3%) em mais de 4 pontos percentuais.

Análise da Transição Feirense

Sociólogos e demógrafos apontam que a posição de Feira de Santana como um grande entroncamento comercial, polo educacional e uma cidade com intensa mobilidade social e urbana pode explicar por que a transição religiosa ocorre de forma mais acelerada. A dinâmica da vida urbana, aliada ao trabalho de base e ao senso de comunidade promovido por muitas igrejas evangélicas, tem contribuído para essa reconfiguração.

Ao mesmo tempo, o crescimento do grupo “sem religião”, especialmente entre os mais jovens, reflete um movimento de secularização também presente em grandes centros urbanos, onde as identidades são mais fluidas e a filiação a instituições tradicionais, incluindo as religiosas, tem diminuído.

Contexto Nacional

A divulgação dos dados do Censo 2022 para todo o Brasil confirmou a tendência de queda do catolicismo, que era a religião de 99,7% dos brasileiros em 1872, e de crescimento contínuo dos evangélicos e do grupo sem religião. No entanto, os números de Feira de Santana se destacam por já apresentarem um cenário que, segundo as projeções demográficas, só deve se tornar a realidade para o Brasil como um todo na próxima década. A cidade, portanto, serve como um importante estudo de caso para compreender as profundas transformações sociais e culturais do Brasil contemporâneo.

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