Governo chinês suspendeu importações de carne de aves e produtos avícolas do Brasil com efeito imediato, alegando riscos sanitários. Ministério da Agricultura e setor produtivo brasileiro rebatem, afirmando que plantel comercial segue livre da doença e que decisão não segue normas internacionais.

A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) anunciou na noite de sexta-feira, 30 de maio de 2025, a imposição de uma proibição total e com efeito imediato à importação de carne de aves e produtos avícolas provenientes do Brasil. A decisão foi justificada por Pequim como uma medida de precaução devido a preocupações com os recentes casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), popularmente conhecida como gripe aviária, detectados em território brasileiro.
Em comunicado, as autoridades chinesas citaram a necessidade de “proteger a saúde dos consumidores e a indústria avícola doméstica” e fizeram referência a notificações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre a presença do vírus HPAI no Brasil.
A reação do governo brasileiro e do setor produtivo foi de “surpresa e profunda preocupação”. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) foram enfáticos ao reiterar que o Brasil jamais registrou qualquer ocorrência de gripe aviária em seu plantel comercial. Todos os casos confirmados no país desde a chegada do vírus à América do Sul, em 2023, ocorreram exclusivamente em aves silvestres e, pontualmente, em aves de subsistência (criações de fundo de quintal), que não integram a cadeia produtiva de exportação.
Segundo as diretrizes da OMSA, a detecção de HPAI em aves não comerciais não deveria desencadear embargos à exportação de produtos de granjas comerciais que seguem rigorosos protocolos de biosseguridade, especialmente se o país adota medidas de regionalização ou compartimentação. O Brasil declarou estado de emergência zoossanitária em maio de 2023, renovado desde então, justamente para reforçar as barreiras contra a entrada da doença no sistema produtivo industrial.
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou a decisão da China como “unilateral, desproporcional e sem embasamento técnico”. O governo brasileiro informou que buscará “imediatamente esclarecimentos” junto às autoridades chinesas e apresentará todas as garantias técnicas que atestam a segurança da carne de frango brasileira oriunda de estabelecimentos comerciais. O Brasil também estuda a possibilidade de contestar a medida na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A China é um dos principais mercados para a avicultura brasileira, respondendo por uma parcela significativa das exportações do setor, que girou em torno de 15% a 18% da receita em 2024. A ABPA alertou para o severo impacto econômico que a suspensão pode causar, afetando produtores, frigoríficos e a balança comercial. A entidade trabalha em conjunto com o MAPA para reverter o embargo o mais rápido possível.
Outros países já impuseram restrições temporárias e regionalizadas à carne de aves do Brasil devido à detecção do vírus em aves silvestres, mas um embargo total por parte de um importador do porte da China, mesmo com o status de país livre da doença em granjas comerciais, representa uma escalada nas barreiras comerciais enfrentadas pelo setor. A situação coloca em alerta toda a cadeia produtiva e o mercado financeiro, com expectativa de impacto negativo nas ações das grandes empresas exportadoras do setor. Excelente! Os resultados da busca confirmam que a China impôs uma proibição total à importação de frango e seus derivados do Brasil devido a preocupações com a gripe aviária. A notícia é muito recente, sendo reportada hoje, sábado, 31 de maio de 2025, e na sexta-feira (30).
Embargo da China à Carne de Aves do Brasil
Principais Informações sobre a Suspensão (Gripe Aviária – Maio 2025)
🇨🇳➡️🇧🇷O Quê?
A China, através da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), anunciou a suspensão total da importação de carne de aves e todos os produtos derivados de aves do Brasil.
🗓️Quando?
O anúncio da ampliação do embargo para uma proibição total foi feito na sexta-feira, 30 de maio de 2025, e reportado amplamente no sábado, 31 de maio. Restrições anteriores (desde 16 de maio, após o primeiro caso em granja comercial) foram ampliadas para um embargo total.
❓Motivo?
Aumento de casos suspeitos e investigados de gripe aviária (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade – IAAP) no Brasil. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) confirmou o primeiro foco em uma granja comercial em Montenegro (RS) em 16 de maio de 2025. Há outros focos em aves silvestres e de subsistência sendo investigados em vários estados.
🔬Contexto Sanitário no Brasil
O caso na granja comercial em Montenegro (RS) levou ao sacrifício das aves e à desinfecção do local, que entrou em período de vazio sanitário de 28 dias (a partir de 22 de maio). Se não houver novos casos nesse período, o Brasil poderia, teoricamente, se declarar livre da doença em aves comerciais novamente. O MAPA mantém atualizações sobre os focos e investigações.
🗣️Reação do Governo Brasileiro
O Brasil, através do Ministério da Agricultura, já vinha negociando com a China para tentar limitar o embargo apenas às áreas afetadas (regionalização), conforme as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA/WOAH). O Poder360 reportou em 20 de maio que o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) e até o presidente Lula teriam feito apelos à China nesse sentido. Com a proibição total, a pressão sobre o governo brasileiro para reverter a situação aumenta.
💸Impacto Econômico
- A China é um dos maiores importadores de carne de frango brasileira, representando mais de 10% das exportações do produto.
- O comércio bilateral de produtos avícolas entre Brasil e China foi avaliado em cerca de US$ 1,5 bilhão em 2024.
- A CNN Brasil estimou que a restrição chinesa (mesmo a inicial) poderia custar mais de US$ 100 milhões por mês ao Brasil.
- Outros países como União Europeia, Argentina, Chile, Uruguai e México também impuseram restrições após a confirmação do caso em granja comercial no Brasil.
🐔Posição da Indústria (ABPA)
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) tem destacado que o caso em granja comercial está isolado e que as exportações para outros mercados (que não impuseram embargos totais) seguem, buscando tranquilizar sobre a segurança do produto brasileiro.