Estatal atribui resultado à taxação de importações e herança de gestões anteriores
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, conforme demonstrações financeiras publicadas no Diário Oficial da União. O valor, quatro vezes maior que os R$ 633 milhões de déficit de 2023, ajustados por normas contábeis, marca o maior rombo desde 2016, quando a estatal teve perdas de R$ 2,3 bilhões, em valores atualizados.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, atribuiu o resultado à implementação do Programa Remessa Conforme, conhecido como “taxa das blusinhas”, que regularizou a tributação de compras internacionais de até US$ 50 a partir de agosto de 2024. Segundo a estatal, a medida causou uma queda de R$ 2,2 bilhões na receita de encomendas internacionais, com a participação dos Correios no segmento caindo de 98% para 30%. Além disso, a empresa citou uma dívida de R$ 7,6 bilhões assumida para cobrir o déficit do Postalis, fundo de pensão dos funcionários, e a falta de investimentos durante o período em que esteve no Programa Nacional de Desestatização (2019-2022).
A receita total da estatal em 2024 foi de R$ 21,473 bilhões, uma queda de 0,89% em relação aos R$ 21,666 bilhões de 2023, enquanto as despesas subiram 7,91%, de R$ 22,3 bilhões para R$ 24 bilhões. Apesar do prejuízo, os Correios investiram R$ 830 milhões em 2024, totalizando R$ 1,6 bilhões desde 2023, em veículos, infraestrutura e transição ecológica. A estatal afirmou que sua condição de empresa pública garante a continuidade das operações e descartou risco de insolvência.