Longe da escala 6x1 e do salário limitado, trabalho Informal supera 50% ao trabalho de carteira assinada em 7 estados -

Longe da escala 6×1 e do salário limitado, trabalho Informal supera 50% ao trabalho de carteira assinada em 7 estados

Longe das jornadas rígidas de seis dias por semana e dos salários muitas vezes engessados do emprego formal, o trabalho informal ultrapassou a marca de 50% da força de trabalho em sete estados brasileiros, mesmo com o país registrando um pico histórico de empregos com carteira assinada em 2024. Dados recentes do IBGE mostram que essa escolha — ou necessidade — reflete a busca por maior flexibilidade e renda, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a realidade econômica e social molda um mercado de trabalho bem diferente do visto no Sul e Sudeste.

Longe da escala 6×1 e do salário limitado, trabalho Informal supera 50% ao trabalho de carteira assinada em 7 estados

Os sete estados onde os informais superam os formais são Maranhão, Pará, Piauí, Amazonas, Ceará, Bahia e Paraíba. No Maranhão, a informalidade atingiu 58,3% no último trimestre de 2024, enquanto no Pará chegou a 56,1%. Nessas regiões, trabalhadores sem carteira assinada, autônomos ou em ocupações sem registro formal dominam, impulsionados por uma mistura de fatores: a chance de ganhar mais, a liberdade de fazer o próprio horário e, muitas vezes, a falta de opções no mercado formal.

Histórias locais ilustram essa tendência. Em Teresina, um motorista de aplicativo contou ao jornal O Dia que deixou um emprego fixo porque “no informal, o dinheiro é meu no fim do dia, sem esperar o mês virar”. Já em Belém, uma feirante destacou a autonomia: “Não preciso bater ponto, e o lucro depende só de mim”. Esses relatos mostram como a informalidade virou um caminho para escapar da rotina exaustiva de escalas como 6×1 e de salários que, para muitos, não acompanham o custo de vida.

Os números reforçam essa percepção. Em 2024, a diferença de renda entre trabalhadores formais e informais caiu para 31%, a menor em anos, com o salário médio dos formais em R$ 2.947 e o dos informais em R$ 2.033, segundo o IBGE. A proximidade se explica pelo boom de serviços como entregas por aplicativo e pequenos comércios, que cresceram com a digitalização e a retomada econômica pós-pandemia. Ainda assim, o Brasil gerou 2,2 milhões de vagas formais entre janeiro de 2023 e março de 2024, de acordo com o Ministério do Trabalho, o que não foi suficiente para mudar o cenário nesses estados.

Especialistas apontam que baixa escolaridade, custo alto para formalizar negócios e a dependência de economias menos industrializadas mantêm a informalidade em alta. Enquanto isso, o governo aposta em programas como o Desenrola Brasil e incentivos a microempreendedores para trazer mais gente para o lado formal, mas, por ora, a liberdade e o potencial de ganho imediato seguem falando mais alto nesses sete estados.

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