Ex-agente penitenciário bolsonarista condenado a 20 anos por assassinato de tesoureiro do PT -

Ex-agente penitenciário bolsonarista condenado a 20 anos por assassinato de tesoureiro do PT

O ex-agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu, Paraná. O crime ocorreu em julho de 2022, durante uma festa de aniversário de 50 anos de Arruda, que tinha como tema o PT e o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ex-agente penitenciário bolsonarista condenado a 20 anos por assassinato de tesoureiro do PT

Guaranho, declaradamente apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, invadiu a celebração com uma arma, gritando “aqui é Bolsonaro” antes de atirar contra Arruda na frente de familiares e amigos. O ato foi registrado por câmeras de segurança, mostrando a violência política que marcou o período pré-eleitoral de 2022. O julgamento, conduzido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler no Tribunal do Júri de Curitiba, resultou em uma sentença por homicídio duplamente qualificado, considerando o motivo torpe e o perigo comum.

Durante o julgamento, que durou três dias, foram ouvidas nove testemunhas, incluindo a viúva de Arruda, Pâmela Suellen Silva, que expressou alívio com o veredicto, afirmando que, embora saíssem sem Marcelo, a justiça havia sido feita. Guaranho, que alegou legítima defesa, afirmou não se lembrar do crime devido a sequelas neurológicas de ferimentos que sofreu ao ser atingido por tiros disparados por Arruda em reação ao ataque inicial.

A defesa de Guaranho planeja recorrer da decisão, argumentando que a pena é excessiva. No entanto, o Ministério Público do Paraná destacou que a motivação do crime foi política, classificando-o como um ato de ódio e intolerância. A condenação de Guaranho é vista como um marco na luta contra a violência política no Brasil, especialmente em um contexto onde a polarização política tem se intensificado.

A sentença reflete a gravidade da violência política e serve como um lembrete da necessidade de diálogo e respeito nas divergências políticas. O caso de Marcelo Arruda, que deixou esposa e quatro filhos, incluindo um bebê de apenas um mês na época do crime, continua a ser lembrado como um exemplo trágico dos extremos a que pode levar o ódio partidário.

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