Uma jovem de 21 anos, identificada como Clara Maria Venâncio Rodrigues, foi encontrada morta nesta quarta-feira, 12 de março, em uma casa no bairro Ouro Preto, região da Pampulha, em Belo Horizonte. Clara, que trabalhava na Passeli Padaria Artesanal, na mesma região, estava desaparecida desde o último domingo, 9 de março, quando foi vista pela última vez. O caso, que chocou a comunidade local, é tratado pela Polícia Civil como um possível feminicídio, com dois suspeitos presos e a motivação do crime ligada a uma dívida de R$ 400.

Clara Maria trabalhava como atendente na Passeli Padaria Artesanal, um estabelecimento conhecido na região da Pampulha. Segundo informações de amigos e familiares, ela desapareceu no fim de semana após um encontro com um ex-colega de trabalho, com quem teria uma pendência financeira. A jovem havia emprestado R$ 400 ao suspeito, e o encontro, ocorrido no domingo, teria sido motivado por uma tentativa de cobrar a dívida.
A família registrou um boletim de ocorrência após Clara não retornar para casa e não responder a mensagens ou ligações. A preocupação aumentou quando, na segunda-feira, um amigo da vítima recebeu uma mensagem supostamente enviada por Clara, afirmando que “estava tudo bem”. A Polícia Civil, no entanto, acredita que a mensagem tenha sido enviada pelo principal suspeito, na tentativa de despistar as investigações.
Após dias de buscas, o corpo de Clara foi encontrado no fim da manhã desta quarta-feira, enterrado no quintal de uma casa no bairro Ouro Preto, a poucos quilômetros de onde ela trabalhava. A descoberta foi feita por uma equipe da Polícia Civil, que já monitorava os suspeitos com base em depoimentos e imagens de câmeras de segurança da região.
A Polícia Civil prendeu dois suspeitos, ambos homens, um deles o ex-colega de trabalho de Clara, apontado como o principal responsável pelo crime. Segundo as investigações, o suspeito confessou ter se encontrado com a jovem no domingo, mas negou envolvimento em sua morte. No entanto, evidências coletadas no local do crime, incluindo vestígios biológicos e ferramentas usadas para cavar o buraco onde o corpo foi enterrado, reforçam a suspeita de feminicídio.
O segundo suspeito, um amigo do principal acusado, também foi detido por suposta participação no crime, embora seu papel ainda esteja sendo apurado. A polícia acredita que ele tenha ajudado a ocultar o corpo. “Estamos trabalhando com a hipótese de feminicídio, mas não descartamos outras linhas de investigação. A motivação inicial parece estar relacionada a uma dívida, mas a violência do crime sugere um contexto mais amplo, que pode envolver questões de gênero”, afirmou a delegada responsável pelo caso, Ana Ribeiro, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira.
A Passeli Padaria Artesanal, onde Clara trabalhava, decretou luto e fechou as portas nesta quarta-feira em homenagem à jovem. Em uma nota publicada nas redes sociais, a padaria expressou solidariedade à família e amigos de Clara. “É com grande tristeza que comunicamos o falecimento de Clara Maria Venâncio Rodrigues, integrante da equipe Passeli Boulangerie. Externamos nossos mais profundos sentimentos e solidariedade aos familiares e amigos”, dizia o comunicado.
Nas redes sociais, amigos e clientes da padaria lamentaram a perda e pediram justiça. “Clara era uma menina doce, sempre sorridente. Não dá para acreditar que isso aconteceu com ela, ainda mais por causa de algo tão mesquinho como uma dívida de R$ 400. Queremos justiça!”, escreveu uma cliente no Instagram. Moradores do bairro Ouro Preto também relataram um clima de tensão e tristeza após a notícia da descoberta do corpo, com muitos expressando preocupação com a segurança na região.